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Balanço

Receita mundial da Nokia cai 11% no segundo trimestre

A fabricante de soluções de infraestrutura de telecomunicações viu encolher todos os segmentos de negócio. Recuperação judicial da Oi derrubou lucro operacional da empresa na América Latina.
O CEO da Nokia, Rajeev Suri (Foto: Divulgação)
O CEO da Nokia, Rajeev Suri (Foto: Divulgação)

A Nokia divulgou hoje, 04, os resultados financeiros para o segundo trimestre de 2016. No período, a companhia registrou retração de receitas da ordem de 11%, para 5,7 bilhões de euros. Um ano antes, já somados os resultados de Nokia e Alcatel-Lucent, a receita foi de 6,36 bilhões de euros.

Não houve segmento que não encolhesse no período. A divisão de redes perdeu faturamento, que ficou 11% menor (5,2 bilhões de euros). A divisão de patentes também diminui 11% (194 milhões de euros).

O lucro operacional, antes de impostos, sofreu um tombo de 49% no período, para 332 milhões de euros. Descontados impostos e obrigações referentes à fusão, o pequeno lucro operacional vira um prejuízo de 760 milhões de euros.

Os números, no entanto, não pegaram a companhia de surpresa segundo seu CEO, Rajeev Suri. O encolhimento reflete um cenário desafiador em todo o mundo, explicou em nota no balanço. A queda também é motivada pelos custos de integração com a Alcatel-Lucent.

O recuo no lucro operacional teve grande relação com a “redução de investimentos por parte de uma grande operadora que atua na América Latina”, diz. Este operador é a Oi, que entrou em recuperação judicial.

Segundo Suri, não há expectativa de reversão de tendência quanto aos desafios da economia global, que afetaram o investimento das operadoras em todo o mundo, ainda. Indicativo que o terceiro trimestre tende a apresentar, também, diminuição de receitas.

A expectativa do executivo é faturar sobre a quinta geração de redes móveis. Ele diz que a Nokia vem trabalhando para convencer os clientes a investir nas arquiteturas 5G da companhia, em redes definidas por software, e em tecnologias de nuvem. Esse trabalho deve levar, afirma, ao investimentos mais aprofundados em 4G, especialmente de agregação de portadoras – para otimizar o uso de espectro e entregar maior capacidade aos consumidores de banda larga.

A empresa ampliou, também, a previsão de sinergias vindas da fusão com a Alcatel-Lucent. A estimativa atual passou para 1,2 bilhão de euros até 2018, ante 900 milhões de euros previstos inicialmente, ou seja, 33% mais. Até o momento, a Nokia colheu 600 milhões de euros com a fusão.

[Atualizado às 17h40: Ao contrário do informado inicialmente, o prejuízo operacional, descontados impostos, foi de 760 milhões de euros, e não 1 bilhão de euros. A receita caiu 11%, e não 20% também como dito inicialmente.]

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