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Banda larga

5G tem que ser popular, defende consultoria

Cláudia Viegas, diretora da LCA Consultores, lembra que os novos serviços 5G precisam ser planejados tendo em vista as atuais condições da economia brasileira
Crédito: Freepik

O Brasil tem urgência em ganhar produtividade para retomar o crescimento, e o 5G possibilita a retomada desse crescimento. Mas, para isso, é necessário que o 5G tenha preço baixo para o consumidor. Este foi o ponto abordado por Cláudia Viegas, diretora da LCA Consultores, durante sua participação nesta sexta, 25, em painel do evento Feninfra Live.

“Telecom tem que ser entendida como elemento de grande penetração, mas, para isso, é necessário disponibilizar o 5G ao preço mais baixo possível para o consumidor. Popularizar mesmo”, disse Viegas.

Ela indicou três pontos de atenção relativos à regulação do 5G. Um deles é que o leilão seja sem viés arrecadatório, algo que a própria Anatel e outras entidades já disseram que acontecerá.

“Compatibilizar a necessidade de recursos públicos de curto prazo, que pressionem por um leilão oneroso, com os ganhos de médio prazo, advindos da inserção do 5G da forma mais barata possível”, dizia texto de painel exposto pela diretora da LCA.

Outro ponto de atenção é a questão da mitigação x migração. Os vencedores do certame do 5G deverão arcar com os custos de solução de interferência na recepção do sinal de TV aberta gratuita para usuários que atendam a critérios específicos. Se puderem recorrer à mitigação em parte do processo, melhor. “Possibilitar que a solução da interferência se dê com mitigação, em vez da migração de faixa, otimiza custos, podendo viabilizar a antecipação de investimentos”. A LCA é responsável por estudo feito para as operadoras sobre o uso da mitigação em vez da migração para a implantação da 5G no país.

O terceiro ponto se refere às estimativas de demanda aderentes aos cenários econômico e ao 5G. “A fragilidade atual compromete a capacidade de resposta da economia de forma rápida e sustentável. Modelos devem ser aderentes às projeções de mercado, para preservar a viabilidade econômica dos investimentos e calibrar adequadamente as metas e obrigações do Edital.”

Desperdício

Em sintonia com o título do painel, Viegas apresentou um exemplo de como o 5G gera investimento, emprego e renda. A nova tecnologia permitirá vermos carros sem motoristas, ou no mínimo, um monitoramento melhor do fluxo nas vias públicas. Como está hoje, o cidadão perde 82 minutos do dia, em média, em congestionamentos.

“São R$ 300 bilhões por ano desperdiçados. É o PIB da região sul do Brasil. Dá quase 14 milhões de empregos, R$ 179 bilhões em salários e R$ 9 bilhões de arrecadação de impostos”, falou, mostrando gráficos com os números.

Infraestrutura

Todo o investimento em infraestrutura para o 5G deve ser incrementado junto à necessidade de um investimento geral em estrutura, que, segundo Viegas, ainda é muito baixo no país. Caso o Brasil mantenha o patamar de investimento de 1,71% do PIB ao ano, em 2040 o estoque de infraestrutura será reduzido de 36,38% para 32,09%.

Também participaram do painel Vivien M, Suruagy, presidente da Confederação Nacional da Tecnologia da Informação e Comunicação (ConTIC); Ricardo Patah, presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT); e Eduardo Amaral, coordenador-geral de Telecom da Secretaria de Desenvolvimento de Infraestrutura (Ministério da Economia).

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