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5G: Banda larga fixa será a aposta inicial da TIM

Investimento em 5G vai se pagar com a venda de serviços de banda larga para o consumidor final no celular e com expansão do TIM Live para onde a fibra óptica não chega

A TIM já tem definido qual modelo de negócio vai executar nos primeiros anos da 5G no Brasil para recuperar o investimento. Segundo o CTIO da operadora, Leonardo Capdeville, a ideia é monetizar a banda larga mais rápida proporcionada pela tecnologia, tanto no móvel, quanto no fixo. No fixo, a ideia é levar conectividade com velocidades em linha ou até mais rápidas do que as vistas em pacotes de banda larga por fibra óptica.

“O business case, acredito que no primeiro momento, vai ser banda larga no celular e FWA, que é o uso do wireless para atender essencialmente um serviço fixo. Para nós, isso é abrir uma nova oportunidade de entrar numa linha de negócio que ainda é pequena. Hoje temos 600 mil usuários em banda larga fixa”, falou o executivo no lançamento do laboratório 5G de campo no Inatel, em parceria com a Ericsson, na cidade mineira de Santa Rita do Sapucaí*.

Ele não disse quais ofertas, velocidades e franquias a operadora pretende trabalhar. Mas ressaltou que a 5G é importante para reduzir o custo do megabit trafegado, equilibrando o baixo crescimento de receitas visto no setor de telecomunicações no últimos anos com a altíssima demanda por dados.

“De 2018 a 2022 o total de tráfego na rede deve subir cinco vezes. E o grande causador disso é o vídeo. Precisamos ter uma tecnologia mais eficiente para entregar a volumetria de dados com custo menor. Isso vai nos suportar no primeiro e no segundo ano”, estimou.

Somente depois desse retorno, a operadora espera começar a obter os louros da massificação da 5G em outros segmentos. “A TIM tem que estar com sua rede pronta para fornecer conectividade e operar em aplicação específica. A transformação necessária na empresa para operar no B2B é uma transformação que ainda vamos ter que fazer”, acrescentou.

Obrigações

Capdeville alertou que essa projeção leva em conta um mercado em que a venda de espectro novo para a 5G aconteça sem viés arrecadatório. Ou seja, sem que a Anatel cobre altos preços pela fatia de frequência vendida, privilegiando obrigações que condigam com o que considera serem as maiores necessidades do país.

“Vamos ter que investir em espectro. Vamos ter que investir para cumprir obrigações. Depois teremos de construir a rede. Vai faltar dinheiro para a 5G se custo de espectro e obrigações não forem bem dosados. Se o leilão e obrigações onerarem caixa, o investimento que fizermos na 5G vai para o espaço e nós, Brasil, perdemos uma oportunidade”, frisou.

Ele deu pistas, ainda, das sugestões que a operadora dará à consulta pública do edital de 5G, ainda sem previsão de ir ao ar. “O ideal é que frequência e obrigações previstas de uso de outras tecnologias sejam substituídas por obrigações de 5G. No parecer da procuradoria fala-se em usar outras tecnologias. Se errar a mão, vamos colocar o dinheiro onde não é o problema. O problema é educação, segurança, medicina”, afirmou. A seu ver, as obrigações poderiam trazer metas de investimentos que prevejam o uso da tecnologia 5G nestes segmentos.

*O jornalista viajou a convite da TIM

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