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3GPP conclui especificações do Release-16 da 5G

Padrão abre possibilidades para uso da 5G em redes privativas, inclusive sem necessidade de acesso a redes móveis baseadas em espectro licenciado.

A 3GPP, associação setorial que vem desenvolvendo a padronização das redes 5G, anunciou na última sexta-feira, 3, que concluiu a especificação contida no Release-16.

O Release-16 é responsável por traçar o funcionamento da internet das coisas dentro do ambiente 5G. Neste conjunto de protocolos estão as especificações para sensores, direção autônoma, direção remota, aplicações industriais móveis. É nele que se determina o mínimo necessário para se estabelecer uma URLLC, cuja sigla em inglês significa “comunicação ultra-confiável e de baixa latência”.

Também traz as exigências para uso de espectro não licenciado para incremento da 5G, e regras para aumento da eficiência, com ditames para mitigação de interferências, SON, eMIMO, localização e posicionamento, consumo de energia e melhorias de mobilidade. Ele traz ainda possibilidade de uso do satélites para redes 5G, estabelece o fatiamento de rede e a interoperação entre redes móveis em uma mesma região.

Mas talvez o principal ponto que a nova especificação traga seja a gestão de espectro não licenciado. O Release-16 detalha como a tecnologia pode acessar frequências abertas para ampliar a largura de banda. Prevê, inclusive, que é possível usar apenas espectro não licenciado, sem necessidade de articulação com faixas outorgadas – uma demanda trazida pela Qualcomm. A fabricante, aliás, comemorou a edição da padronização. Como resultado, o padrão deve facilitar a adoção da 5G para funções indoor, aplicações corporativas e industriais.

Outro ponto considerado importante pela fabricante de chips é a localização. O Release-16 trouxe especificações para garantir que, através da rede celular, seja possível localizar um objeto com margem de erro de 3 a 10 metros, apenas. A versão 17 deverá melhorar a precisão da localização para alguns centímetros.

Release-17

Com a conclusão dos trabalhos sobre o Release-16, os grupos passam a se dedicar à elaboração do Release-17, que deve ser concluído até 2022, com um publicação intermediária até o final deste ano. A entidade avisa, no entanto, que há grande possibilidade de adiamento desse cronograma em função da pandemia de Covid-19. A próxima reunião para definir prazos está prevista para setembro.

O Release-17 trará aperfeiçoamentos em tudo o que já se tem definido. Mas deve também prever uso de espectro acima de 52,6 GHz, estabelecer formas para um mesmo usuários se conectar à rede usando mais de um SIMcard, definir conectividade dual entre 5G+LTE ou duas rede 5G, com melhorias na tecnologia de compartilhamento dinâmico de espectro.

E embora a 5G seja mais rápida e use muita frequência, os engenheiros não querem desperdiçar as ondas de rádio. Por isso, a proposta trará conceitos de multicast, que prevê uma transmissão centralizada de dados. Até lá, o 5G usará um multicast baseado em LTE. Também será criada uma nova classe de aparelhos IoT, que em uma faixa de 10 a 20 MHz apenas conseguirão receber dados a 100 Mbps e enviar informações a 50 Mbps. Também será o momento de definir critérios para IoT Massiva e como conectar as coisas à internet rápida via satélite.

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