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Segurança

66% das empresas não têm capacidade de detectar fraudes

Entre os fatores que contribuem para a fraude, 58% das empresas ouvidas em pesquisa da consultoria BDO reportaram controles internos ineficientes.
Empresas de alta tecnologia e financeiras lideram ranking de phishing - Crédito: Freepik
A consultoria BDO divulgou hoje, 8, levantamento indicando que apenas 44% das empresas são capazes de detectar fraudes. A pesquisa envolveu 2 mil empresas de 131 países onde a firma de auditoria atua. Um terços dos países são da América Latina.

Das empresas participantes, 15% afirmam que foram vítimas de fraudes em 2021. Outras 15% não tinham ferramentas ou informações suficientes para afirmar se houve ou não fraude. O levantamento também demonstrou que 46% das fraudes detectadas estão ligadas à cibersegurança, enquanto 28% são casos de apropriação indevida por parte do funcionário

Questionadas pelas ocorrências, 44% das empresas responderam que por meio de controles baseados em tecnologia encontraram a infração. Já canais de denúncias foram responsáveis por detectar 36% das fraudes, incluindo linha direta de denúncias (20%), denúncias anônimas (11%) e denúncias não-anônimas (5%).

De acordo com as respostas, 50% das empresas estimam perdas na ordem de US$ 100 mil por não serem capaz de detectar as fraudes, sendo que 4% tiveram prejuízos acima de US$ 100 milhões.

Entre os fatores que contribuem para a fraude, 58% reportaram controles internos ineficientes.

Embora a consequência mais evidente de uma fraude comprovada seja o desligamento de profissionais, apontado por 47% das empresas, 81% delas também mudaram os seus processos e controles internos.

A pesquisa também perguntou sobre os investimentos em mecanismos antifraude e 22% afirmaram que pretendem aumentar nos próximos 12 meses, enquanto 45% reiteram que manterá igual. Enquanto apenas 9% pretendem aumentar os investimentos de forma significativa.

“Os resultados mostram que uma avaliação criteriosa dos processos para definir se há lacunas nos controles internos ou na tecnologia de proteção de uma organização é o primeiro passo para minimizar os riscos. Depois disso, é importante implantar protocolos e diretrizes que considerem a integração de procedimentos, mas sem abrir mão da privacidade dos empregados”, afirma Toni Hebert, sócio líder da BDO na área de Risk Advisory Services (RAS).

De acordo com Carlos Dias, sócio líder da área de Fraudes, Investigações e Disputas (FID) da BDO, o ideal é que as empresas tenham mecanismos que inibam eventuais desvios, políticas de Compliance bem definidas e divulgadas, bem como um canal de denúncias confiável e independente.

“No entanto, caso ocorra algum desvio, é essencial que seja feita uma investigação independente, para diagnosticar quais são os aspectos vulneráveis e quem são os envolvidos. Uma investigação utilizando as expertises e ferramentas adequadas, pode trazer os subsídios para que os investimentos sejam direcionados efetivamente para a prevenção”, ressalta.

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