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Amazônia Conectada vai definir forma de governança

Em junho, parceiros do projeto se reúnem para discutir quem será o gestor da rede e o modelo de negócios, que deverá prever como a rede será usada e remunerada pelos parceiros e como estará disponível também para a iniciativa privada.

General-Delcilio-de-Medeiros-SalesCom o primeiro trecho comercial já em operação desde março, ligando os municípios amazonenses de Coari a Tefé, a próxima missão do projeto Amazônia Conectada é definir o modelo de negócios e o gerente da rede. Para isso, segundo o general Delcílio de Medeiros Sales, chefe do Centro Integrado de Telemática do Exército, as entidades que participam do projeto vão se reunir no começo de junho, em Manaus.

O Exército, como representante do Ministério da Defesa, é uma das entidades que integra o projeto, ao lado dos ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação e Comunicações (por meio da Telebas) e da RNP (Rede Nacional de Ensino e Pesquisa), da Prodam, representando a secretaria de C&T do Amazonas, e do Instituto de Preservação Ambiental da Amazônia. A esses parceiros iniciais do projeto, lançado oficialmente em 2015 quando foi inaugurado o trecho-piloto de dez quilômetros, em Manaus, interligando duas unidades do Exército, já estão se juntando outros, segundo relatou o general Sales, em painel do Encontro Provedores Regionais Norte, realizado em Alter do Chão, Santarém, na sexta-feira, 13 de maio. MEC, Tribunal de Justiça do Amazonas, Ministério Público e Ibama estão na fila para usar a conectividade da rede – um cabo subfluvial de fibra óptica de 242,5 quilômetros de extensão, com 12 pares de fibra e capacidade de até 40 canais de 10 Gbps por par.

Como o projeto vai usar, inicialmente apenas um par de fibra (ele foi iluminado com capacidade de 10 Gbps) para atender as demandas dos parceiros, a importância de se definir agora o modelo de governança é estabelecer as regras para o uso de outros pares de fibra, inclusive pela iniciativa privada. O chefe do Centro Integrado de Telemática do Exército esclareceu que não faz parte da missão do Exército ser o gestor da rede. “Temos que buscar quem será o gestor entre os entes públicos”, explicou ele. Uma das possibilidades é que a rede venha a ser administrada pela Prodam, a empresa de TICs do governo do Amazonas, ou pela RNP ou, ainda, pela Telebras.

O cabo subfluvial de 390 toneladas ligando Coari a Tefé faz parte da infovia do rio Solimões, uma das cinco que serão “construídas” pelo governo federal pelos leitos dos rios amazônicos. Segundo o cornograma, a próxima fase do Amazônia Conectada vai estender a infovia do Solimões de Tefé a Tabatinga, um trecho de 942 quilômetros. Somando todas as infovias, são mais de 9 mil quilômetros de fibra óptica para implantação de cabos subfluviais nos rios Negro, Solimões, Madeira, Purus e Juruá, interligando 52 municípios até 2017. Um investimento de R$ 1 bilhão para mudar a realidade de 3,8 milhões de habitantes da região.

O Encontro Provedores Regionais Norte, que reuniu 80 representantes de empresas que prestam provimento de acesso à internet e serviços de telecomunicações na região amazônica, foi realizado pela Bit Social, com patrocínio do BNDES, Eletronorte, Telebras, Fibracem e Furukawa, e apoio institucional da Abrint e da Momento Editorial.

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