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WBT: Conexão gerenciada nas salas de aula

O projeto, que deverá ser sustentado por incentivos fiscais destinados ao FIA, vai dar conexão de qualidade a todos os professores e alunos de São Bento do Sul (SC) em rede gerenciada.

Tele.Síntese está aos poucos publicando os textos produzidos para o Anuário Tele.Síntese de Inovação 2018, publicado no último trimestre. Abaixo, veja o exemplo da WBT Internet, ISP que ganhou o terceiro lugar no Prêmio Anuário Tele.Síntese de Inovação na categoria Provedores Regionais.

Conexão gerenciada nas salas de aula

Em uma época na qual o termo startup não era sequer conhecido, uma empresa chegou ao mercado depois de ficar por dois anos na Incubadora Tecnológica FETEP (ITFETEP) e, atualmente, é um dos maiores provedores de acesso à internet do planalto central de Santa Catarina, com mais de 13 mil assinantes e uma receita mensal na faixa de R$ 1,2 milhão. A WBT Internet, criada em 2009, não cresce apenas em número de conexões e faturamento, mas amplia e diversifica seu portfólio de serviços, passando por áreas como segurança, escolas e IPTV.

Não por acaso, a companhia é uma das patrocinadoras do ENIT – Encontro e Feira de Negócios, Inovação e Tecnologia, evento anual realizado pela Fetep em São Bento do Sul – onde está a sede da empresa – e que se consolidou como o maior local para geração de negócios, apoio ao desenvolvimento da ciência, tecnologia e inovação do Sul do país. Foi justamente durante um ENIT que surgiu a ideia de um dos mais novos projetos da WBT: levar a conexão às escolas que permita acesso individual por sala de aula ou até por aluno, se for preciso.

“No ENIT fomos procurados por um professor que nos falou sobre a dificuldade desse tipo de serviço nas escolas. A partir dessa conversa e das ideias que surgiram em torno dela, desenvolvemos uma solução que já está sendo aplicada em uma escola estadual de São Bento do Sul”, comenta Benedito Torquato, sócio e diretor da empresa.

Para desenvolver este projeto, a WBT leva fibra até a escola com acessos que podem ser de 10, 20 ou 30 Megas e distribui a capacidade de conexão pelas salas de aula. Todo o sistema é gerenciado por um software desenvolvido pela equipe da empresa. O piloto foi realizado na Escola Estadual Prefeito Carlos Zipperer Sobrinho que conta com cerca de 400 alunos. A partir da conexão, os professores puderam integrar suas salas de aula ao projeto Google for Education de forma customizada, de acordo com suas cargas horárias. E a plataforma ainda permite ao corpo docente total controle sobre o que está sendo visto pelos alunos.

A ideia, agora, é levar a plataforma para as escolas municipais de São Bento do Sul, em primeiro lugar, e para outras localidades na próxima etapa. Para que isso aconteça, há negociações no sentido de que o projeto possa ser subvencionado pelos incentivos fiscais que as empresas destinam para o Fundo da Infância e Adolescentes (FIA) e são aplicados em diversos programas, entre os quais o desenvolvimento de comunidades carentes e a inclusão e formação dos jovens na sociedade. Se tudo der certo, a implantação dos projetos nas escolas terá custo zero para a prefeitura.

Segundo Torquato, a escola estadual onde o programa está sendo executado atende alunos de famílias de baixa renda, mas a maior parte deles possui dispositivos móveis que possibilitam o acesso à internet na sala de aula. “Cerca de 10% não possuem smartphones e usam os terminais de forma compartilhada”, diz o executivo. Para contornar esse obstáculo, a WTC negocia com empresas a doação de dispositivos.

Mas a WBT não está atenta apenas à digitalização das escolas e ao acesso dos alunos à internet e ao compartilhamento de conhecimento. A empresa está finalizando uma parceria com a Camerite, que possui uma plataforma de videomonitoramento, para soluções na área de segurança pública. Ela será utilizada para contagem de carros nas ruas e estradas, leitura e monitoramento dos veículos por meio de suas placas e cercas digitais. “Esse tipo de solução já existe. Nós mesmo temos um projeto com o Instituto Federal Catarinense nesse sentido. Em geral, esses sistemas custam caro. O que a Camerite possui é uma plataforma com custo bem mais acessível, o que vai ajudar a disseminar essa solução”, ressalta Torquato.

O provedor também começou a dar seus primeiros passos para a oferta de IPTV a seus assinantes. Ele tem acordo com o canal ESPN que lhe garante a inclusão do Watch ESPN como parte de seus planos. Esse acesso, inclusive, pode ser feito de qualquer lugar por seus clientes que utilizam o aplicativo da empresa. Agora, negociações estão em andamento com a Fox para que a produtora passe a constar de sua grade. “A ideia é ir acrescentando cada vez mais
canais para tornamos a IPTV um novo produto a ser oferecido ao mercado”, afirma o executivo.

A inovação, uma marca de sua criação, continua sendo um ponto forte para a WBT e na forma como ela conduz seus projetos. Muitos deles são desenvolvidos internamente, outros com a FETEP ou em parceria com o Instituto Federal Catarinense, que tem um braço forte de pesquisa além do Núcleo de Inovação Tecnológica.

Com vários projetos em andamento, a empresa preocupa-se em não perder o foco na qualidade na oferta de banda larga para seus clientes, sempre em seu radar. Atendendo às cidades de São Bento do Sul, Campo Alegre, Rio Negrinho e Piên, conta com uma rede mista de fibra óptica (60%) e rádio. A empresa continua expandindo a fibra para chegar, pelo menos, a 95% de capilaridade. “Não chegaremos a 100% porque há algumas áreas que podem ser cobertas com essa tecnologia”, relata. A zona rural desses municípios também é atendida pela companhia. Isso inclui várias chácaras destinadas à produção de orgânicos e de produtos caseiros, como geleias, e aquelas que oferecem hospedagens a turistas.

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