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Vivo e Ericsson demonstram uso da 5G em telemedicina

Operadora e fabricante demonstram resposta táctil a distância em São Paulo, em simulador de cirurgia remota. Rede 5G montada usou 800 MHz de espectro da faixa 28 GHz e alcançou velocidade de 27 Gbps, com latência inferior a 5 ms.

A Vivo e a Ericsson demonstraram hoje (13), em São Paulo, o uso de uma rede móvel de quinta geração (5G) para aplicações de telemedicina. No caso, as empresas mostraram que é possível realizar uma cirurgia remotamente com esse tipo de conexão, graças à baixíssima latência (entre 3 ms e 5 ms) da conexão.

Equipamento de manuseio de braços robóticos e simulação cirúrgica (Foto: Divulgação)

No prédio do Teatro Vivo, na Av. Engenheiro Luiz Carlos Berrini, em São Paulo, ambas as empresas montaram um aparato composto por antena, ERB, braços robóticos, computadores e capacetes de realidade virtual.

O teste consistiu em simular uma cirurgia remotamente, em que de um lado da rede, um médico opera um braço robótico. Na outra ponta da rede, ficaria outro médico ou estudante, também manuseando um braço robótico capaz de guiar as mãos do aluno conforme os movimentos do mestre em outro lugar. Ambos, equipados com equipamentos de VR para visualizarem o mesmo ambiente cirúrgico.

“Essa prova de conceito está ainda em desenvolvimento, mas mostra como a baixa latência da 5G pode revolucionar uma área como a medicina. Medicina remota não é um conceito novo, mas realizar cirurgias a distância depende da certeza de que não haverá atraso nos comandos e nas respostas das máquinas”, ressalta Marcos Scheffer, vice-presidente de redes da Ericsson.

Para a Vivo, o teste serve para demonstra o esforço de engenharia e arquitetura necessário para atualizar as redes móveis. “A 5G não funciona sem fibra óptica no backbone, no backhaul, chegando nas estações, nem sem virtualização. Por isso estamos investindo nessas tecnologias e virtualizando nosso núcleo de rede, para conseguirmos entregar o conceito de fatiamento de rede, que será usado na 5G para entrega de diferentes serviços em conformidade com seus SLAs”, diz Átila Branco, diretor de planejamento e redes da Vivo.

Características técnicas

O teste usou o espectro de 28 GHz para ativar a célula 5G presente no local. Além da baixa latência, obteve capacidade de transmissão de dados graças ao uso de 800 MHz de banda de espectro, e tecnologias de massive MIMO com 128 antenas receptoras e 128 emissoras, sistema de beamforming e beamtracking, em que os feixes identificam uma conexão e a seguem, mantendo o sinal estável mesmo com o usuário em movimento.

“Enxergamos pleno potencial na área de saúde, dentre inúmeras verticais que já identificamos capazes de gerar receitas para as operadoras com 5G. Dentre as quais, haverá também o carro autônomo, operação remota de caminhões em minas, aplicações de indústria 4.0 etc.”, ressalta Scheffer.

A Ericsson também aposta nas parcerias para ser a principal fornecedora de tecnologias 5G a cliente que vão além das operadoras. Para tanto, estabeleceu nos últimos anos parcerias com diferentes empresas e universidades. No segmento de veículos autônomos, por exemplo, tem como parceiros Scania e Volvo. Nos braços robóticos para aplicação industrial, a ABB. São 22 empresas parceiras e 40 universidades, inclusive uma brasileira, a Federal do Ceará. A companhia sueca investe cerca de 19% de suas receitas em pesquisa todo ano. O faturamento de 2017 ficou em 201 bilhões de coroas suecas, equivalente a R$ 93,6 bilhões.

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