Vivo impulsiona resultados do Grupo Telefónica no 1º trimestre

Lucro da multinacional cresceu 79% na comparação com o mesmo período do ano passado, enquanto receita geral teve alta modesta (0,9%); dívida líquida, porém, avançou 7,7%
Lucro da Telefónica cresce 79% no 1º trimestre com ajuda da Vivo
Resultados da Vivo impulsionaram o lucro da Telefónica (crédito: Telefónica)

Com apoio dos resultados da Vivo, o Grupo Telefónica apresentou forte crescimento em seu lucro líquido no primeiro trimestre deste ano. Os ganhos da operadora cresceram 79%, na comparação com o mesmo período do ano passando, alcançando 532 milhões de euros (aproximadamente R$ 2,96 bilhões).

A companhia indicou que o início da aplicação de seu novo plano estratégico, cujas diretrizes foram traçadas até 2026, já começa a trazer resultados favoráveis em sua atividade comercial. “Começamos o ano apresentando um sólido fortalecimento do nosso negócio apoiado na implementação da nossa nova rota”, afirma José María Álvarez-Pallete, presidente da Telefónica, em nota.

Apesar do salto no lucro, os demais indicadores abriram o ano do centenário da empresa com números mais modestos, ainda que em linha com os objetivos estabelecidos para 2024.

A receita líquida totalizou 10,14 bilhões de euros (R$ 56,45 bilhões), alta de 0,9%. Os serviços B2C, responsáveis por 61% do faturamento do grupo, tiveram leve avanço de 0,8%, na comparação interanual. Já o B2B, um dos focos do novo plano estratégico, cresceu de 22%, “graças ao bom comportamento na Espanha, no Brasil e na Alemanha”. A Telefónica Tech, unidade de serviços de TI da multinacional, registrou expansão de 11%.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) cresceu 1,9%, para 3,2 bilhões de euros (R$ 17,81 bilhões). A margem, por sua vez, avançou 0,3 ponto percentual, subindo para 31,6%, em razão da maior eficiência operacional, segundo a empresa.

O capex, excluindo espectro, somou 1,05 bilhão de euros (R$ 5,88 bilhões), alta 2,7% na comparação anual.

Por outro lado, em 12 meses, a dívida financeira líquida cresceu 7,7%, para 28,48 bilhões de euros (R$ 158,5 bilhões). A maior parte da expansão do endividamento se deve à aquisição de ações da Telefónica Alemanha.

Vivo em destaque

No informe financeiro, a Telefónica diz que o “Brasil se destaca, com crescimento simultâneo de dois dígitos na receita [10,4%] e no EBITDA [10,7%]” – os números da Vivo também foram beneficiados pela apreciação do real em relação ao euro, na casa de 3,9 pontos percentuais.

De fato, percentualmente, a Vivo entregou os melhores resultados do grupo. Inclusive, a receita e o EBITDA registrados no Brasil já representam 25% e 32% das operações da companhia, ficando atrás somente dos índices apurados na Espanha.

Vale notar que, além do Brasil, a receita da Telefónica só cresceu no país natal (1%) no primeiro trimestre. Ficou estável na Alemanha (-0,1%) e caiu 8,2% na América Hispânica (Chile, Peru, Colômbia, México e Argentina).

Negócios

Além dos números, a Telefónica anunciou que assinou um Memorando de Entendimento (MoU, na sigla em inglês) não vinculante com a romena DIGI na Espanha “para um acordo de rede móvel de longo prazo”.

A companha ainda informou que está implementando um programa de Inteligência Artificial (IA), com foco em acelerar a aplicação da tecnologia em operações de rede e de TI. A empresa trabalha, atualmente, em 650 casos de uso de IA.

Por fim, segundo o balanço, a multinacional planeja encerrar ainda este ano os serviços realizados usando a rede legada de cobre na Espanha

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Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

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