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Banda larga

Telefônica Vivo eleva a meta de cobertura com fibra até 2024

Queda no preço dos equipamentos FTTH e acirramento da competição levou a Telefônica Vivo a definir meta de 29 milhões de casas passadas ao seu projeto de cobertura com fibra para banda larga fixa no médio prazo.
Christian Gebara, CEO da Telefônica Brasil, durante apresentação em Barcelona há dois anos

A competição pelo mercado brasileiro de banda larga fixa baseada em fibra óptica até a casa do clientes (FTTH) está quente. Um dos principais concorrentes, a Telefônica Vivo, decidiu acelerar seus planos de investimentos de forma agressiva, acrescentando nada menos que mais 5 milhões de homes passeds (casas aptas a assinar) até 2024.

Com isso, o grupo pretende ter à disposição 29 milhões de domicílios aos quais poderá vender seus planos de ultra banda larga fixa. Trata-se de um incremento de  20% em relação aos planos anteriores. Atualmente, o grupo tem 18,3 milhões de HPs.

O novo plano aproxima a Vivo da Oi, que tem como estratégia dispor de 32 milhões de homes passed até 2024, a partir da parceria com a V.tal, empresa de rede neutra criada com os ativos ópticos da Oi, da Globenet, capital do fundo de Singapura GIC e de fundos geridos pelo banco BTG Pactual.

O presidente da Vivo, Christian Gebara, evidentemente não citou a Oi na conferência que realizou hoje, 28, com analistas do mercado financeiro. Destacou, porém, que o projeto de aceleração contará com homes passed da Fibrasil – a empresa de rede neutral da qual a Vivo é sócia e atende cidades fora de São Paulo -, da American Tower em Minas Gerais, e da própria Vivo no estado de São Paulo.

Gebara não explicitou quanto cada um agregará à conta. Mas disse que foi possível subir a régua em função do barateamento dos equipamentos utilizados nas redes ópticas. Ele afirmou que o custo por home passed caiu de R$ 400 para R$ 160 neste ano. Dessa forma, a operadora não terá de elevar o Capex reservado à expansão.

O CEO da Vivo também explicou que os 5 milhões de acessos FTTH incluem tanto novas residências, ainda não atendidas por banda larga da Vivo – especialmente em cidades médias -, quanto casas que ainda utilizam a tecnologia legada xDSL, baseada em par de cobre, ou a tecnologia FTTC, em que a fibra chega próximo à casa conectada, e a partir de lá vai por cobre ao consumidor.

O número de 5 milhões não inclui, frisou, a expansão de rede propiciada por contratos de franquia. Neste caso, os números serão computados à parte, observou. Ele asseverou que o projeto com franqueados segue a todo vapor.

Competição com ISPs

Embora não tenha atrelado a nova meta ao ataque de ISPs em mercados atendidos pela Vivo, Gebara comentou o aumento da concorrência com os pequenos no país. Ele ressaltou que muitos provedores regionais focam praças onde a Vivo não tem presença, e nesse caso, não são ameaça.

Em cidades onde a tele está com banda larga e começam a surgir competidores entre ISPs, entrando nos mesmos bairros atendidos pela Vivo, Gebara defendeu a tecnologia da empresa, precificação e planos ofertados.

Ele afirmou que a rede da empresa é superior à dos rivais menores, capaz de entregar velocidade e estabilidade melhores. Também disse que a operadora consegue compor pacotes com banda larga e serviços digitais mais detalhados e, em ultimo, pode recorrer a ofertas agressivas combinadas com telefonia móvel.

“Com tudo isso, estamos em uma posição forte para competir e continuar com as adições, sem entrar em guerra de preços”, concluiu. A Vivo tem adicionado 109 mil clientes de banda larga FTTH a sua base, por mês, em média neste ano. E ao final de setembro já havia registrado 978 mil novos clientes na tecnologia, superado o total de adições do tipo obtido em 2020.

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