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Congresso nacional

Vice-presidente dos Correios afirma que empresa não demitirá este ano

Proibição de demissão em órgãos públicos, entretanto, está garantida na Lei Eleitoral, admite

Os Correios não demitirão funcionários este ano, no máximo, lançarão novo plano de demissão incentivada (PDI). A afirmação é do vice-presidente da empresa, Cristiano Barata, nesta terça-feira (26) em audiência pública na Câmara dos Deputados, que debateu o estudo da estatal para demitir 5,3 mil funcionários e fechamento de 513 agências.

Barata admitiu que, mesmo que quisessem, os Correios não poderiam demitir trabalhadores em um ano eleitoral, por força de lei. Porém não garantiu a manutenção das agências, alegando as dificuldades financeiras da empresa. “A questão ainda está em estudo, mas o fechamento não resultará em falta de atendimento”, disse. As opções em estudo é de entregar o atendimento à iniciativa privada, adotar agências móveis ou fazer convênios com prefeituras para garantir a continuidade dos serviços.

Os sindicalistas que participaram do debate acusaram o governo de sucatear a empresa visando sua privatização. Edilson Nery, da Associação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (Anatec), afirma que, devido ao sucateamento, os clientes estão indo embora. No seu entendimento, o governo, ao invés de demitir funcionários, deveria lutar para aprovação do PL 6385/2013, que obriga os órgãos públicos a usarem os serviços dos Correios. “A fidelização garantirá aumento significativo do faturamento da empresa e vai requerer mais contratações”, disse.

Wilson Nascimento, da Findect, disse que o mercado de encomenda está crescendo 30% ao ano e com o sucateamento os Correios não estão podendo atender a essa demanda. “A iniciativa privada está se beneficiando disso”, afirmou.

Amanda Corsino, representante de CUT, por sua vez, disse que a portaria do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, de entrega alternada pelos Correios, pode reduzir em 30% o número de carteiros. Ribamar Passos, da Intersindical, questiona como pode a empresa não estar dando lucro se remeteu ao governo dividendos da ordem de R$ 4 bilhões entre 2013 e 2015.

Paulo Vinicius, da CTB, alegou que os Correios não podem se afastar do seu papel social de integração do país, que vem exercendo há mais de 350 anos. Ele defendeu o controle social da empresa para barrar a “entrega vergonhosa do patrimônio público”.

O deputado Leonardo Monteiro (PT-MG), coordenador da Frente Parlamentar em Defesa dos Correios, disse que vai trabalhar para aprovar o regime de urgência para o projeto de fidelização, que já foi aprovado na Comissão. “Essa é a maneira de garantir mais R$ 20 bilhões por ano de faturamento dos Correios”, afirmou.

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