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Mercado de tablets teve queda no primeiro trimestre

De janeiro a março de 2022 foram vendidos 713 mil tablets. O resultado é 31% menor que o do mesmo período do ano passado, Retração teria sido motivada principalmente pelo momento econômico do país
Créditos: Freepik
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Levantamento da consultoria IDC Brasil mostra que o mercado de tablets teve queda, no primeiro trimestre deste ano. De janeiro a março de 2022 foram vendidos 713 mil tablets. O resultado é 31% menor que o do mesmo período de 2021. A retração teria sido motivada principalmente pelo momento econômico do país.

Segundo o levantamento da consultoria, dos 713 mil tablets vendidos, 367 mil foram para o varejo e 346 mil para o corporativo. Esses números da IDC representam queda de 45% e 1%, respectivamente, na venda de tablets, também na comparação com o mesmo período de 2021.

Para Daniel Voltarelli, analista de mercado de TIC da IDC Brasil, o recuo de 45% nos três primeiros meses deste ano se deu, principalmente, “em função das questões econômicas que vêm reduzindo o poder de compra da população, como a alta da inflação e da taxa de juros.”

Modelo híbrido

No mercado corporativo, observou-se um aumento da procura pontual feita por empresas. Isso aconteceu principalmente com as pequenas, com até 99 funcionários, que adquiriram tablets para uso de seus colaboradores, em um momento em que se investe no modelo híbrido de trabalho.

Grandes licitações feitas ao longo de 2021 e no início deste ano foram responsáveis por resultados não tão ruins no corporativo. Dos 346 mil tablets destinados ao setor, 260 mil foram para a educação, um aumento de 4% em comparação ao mesmo período do ano passado.

Receita

O preço médio dos tablets, que gira em torno de R$ 1 mil, ficou cerca de 10% maior, enquanto os ganhos caíram 23% ano a ano. Nos primeiros três meses de 2022, a receita foi de R$ 736 milhões.

Com tudo isso, a IDC Brasil prevê para o restante de 2002 uma forte retração no mercado total de tablets, motivada, principalmente, pelo desaquecimento das vendas no varejo. Neste segmento, a expectativa é de uma forte retração, acima de 20% ano a ano.

Além da situação econômica do país, com alta da inflação e da taxa de juros, também a falta de componentes e a escalada dos custos logísticos são fatores relevantes para a queda. “Provavelmente, só veremos uma melhora clara do cenário no próximo ano”, diz Voltarelli.

Também está prevista uma retração nas vendas para o corporativo, em todos os segmentos, porém mais leve. Apenas o mercado corporativo privado deve se manter estável até o final do ano, diz a IDC.

“Essa projeção de retração se deve ao momento político do país, que vive ano de eleições. A tendência é que os acordos em educação sejam reduzidos até o ano que vem, quando o rumo presidencial estará definido”, fala o analista da consultoria.

“No mercado corporativo privado, entretanto, a IDC espera que as vendas se mantenham no mesmo patamar, muito em virtude do atual movimento de adaptação às novas condições de trabalho híbrido, que favorecem os negócios no B2B”, conclui.

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