Venda da Oi Móvel não impacta data ou modelagem do leilão, diz Morais

Presidente da Anatel, Leonardo de Morais, disse que agenda está sujeita às políticas públicas, não às flutuações de mercado. E dá a entender que haverá adiamento do leilão em função da pandemia de Covid-19.

A possível venda da Oi Móvel, a unidade de telefonia celular da Oi, para as rivais TIM e Vivo não terá influência sobre a definição da data ou da modelagem do leilão 5G, segundo o presidente da Anatel, Leonardo de Morais. A agência, responsável por organizar o certame, tem como meta cumprir a política pública determinada pelo MCTIC.

“Jamais uma consolidação de mercado deveria orientar uma agenda de execução de política pública. Seja qual for o resultado da M&A, não vai terminar ritmo nem o formato do leilão. O que determina o formato são as políticas públicas”, ressaltou Morais.

O executivo participou hoje, 8, da primeira live da série Tudo Sobre 5G, realizada pelo Tele.Síntese. O evento reúne reguladores, especialistas, indústria e operadores para debater a chegada da nova tecnologia ao país, sempre às segundas e sextas-feiras, às 14h30. O próximo acontece no dia 11, com participação de Francisco Pinheiro Neto, da Mob Telecom, Lincoln Oliveira da Silva, da Americanet, e Alex Jucius, da associação Neo.

Nova data para o leilão 5G

Outra questão que na opinião de representantes das operadoras tem impacto imediato sobre o cronograma de realização do leilão 5G é a crise causada pela pandemia de Covid-19. Para Leonardo de Morais, no entanto, ainda haveria condições para fazer a licitação em 2020, “caso a pandemia terminasse hoje”.

“Prefiro não trabalhar com datas porque os efeitos da pandemia ainda são incertos. Nossa meta era tentar realizar ainda este ano”, afirmou.

Embora não possa precisar um novo cronograma para o leilão de frequências, o presidente da Anatel afirmou que a pandemia afeta variáveis importantes para a definição da data, tanto do lado da produção, quanto do lado da demanda.

“Não sabemos o tamanho e duração da crise. No curto e médio prazo haverá redução da atividade econômica, o que acaba por influenciar o deployment da rede 5G. Tem o impacto sobre a cadeia de suprimentos, a produção de hardware pode sofrer danos colaterais”, observou.

Pelo lado do consumo, os usuários podem frear as compras. “Mesmo com telefones compatíveis, ainda não se sabe o impacto da crise sobre a demanda. É um ‘nice to have, mas não um must have?'”, questionou.

Correndo o prazo, ainda assim a Anatel terá pressa. Segundo Morais, a 5G é vista pela agência como um instrumento importante para a retomada da economia no pós-crise.

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Rafael Bucco

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