Vinculada ao WiFi 6E, tecnologia AFC deve começar a ser regulada em 2023

Consultoria Maravedis aponta que solução que impede interferência de conexões wireless entre no radar dos órgãos reguladores no próximo ano, inclusive no Brasil
Tecnologia AFC deve começar a ser regulada em 2023
Consultoria estima que solução AFC deve começar a ser regulada a partir de 2023 (crédito: Freepik)

A tecnologia AFC (sigla em inglês para “Automated Frequency Coordination”) deve começar a ser regulada nos Estados Unidos e, possivelmente, no Canadá em 2023, estima a Maravedis Wireless Infrastructure Analysts, consultoria especializada em conexão de WiFi.

Na prática, a AFC é uma solução de banco de dados de espectro necessária para aplicações de alta potência que operam na frequência de 6 GHz em áreas externas (outdoor) e internas (indoor).

Segundo a Maravedis, a adoção da banda de 6 Ghz para uso não licenciado continuará a crescer em todo o mundo. Com isso, órgãos reguladores deverão iniciar os processos de normatização.

A Comissão Federal de Comunicações, órgão regulador da área de telecomunicações e radiodifusão dos Estados Unidos, já aprovou treze organizações para operar serviços AFC. Além disso, no território norte-americano, o número de dispositivos disponíveis no mercado com suporte ao WiFi 6E já chega a 1.095, sendo a vasta maioria PCs.

“Esperamos que o AFC continue seu impulso em 2023 com muito mais pontos de acesso e dispositivos compatíveis com 6E. A expectativa é de que reguladores em alguns países, como os Estados Unidos e talvez o Canadá, aprovem operadores iniciais de AFC, e os primeiros pontos de acesse de energia sejam lançados no mercado”, pontua a consultoria.

Conforme as projeções da Maravedis, o Brasil e a Europa também devem continuar “avançando no desenvolvimento de regras regulatórios para a operação do sistema AFC”.

TESTE NO BRASIL

No último dia 3, a Qualcomm, ao lado de empresas provedoras de internet, instalou uma conexão de WiFi 6E outdoor em São Paulo, a primeira do tipo em toda a América Latina. O sinal utiliza a banda de 6 Ghz e ficará disponível por dois meses, mediante uma licença de Uso Temporário de Espectro (UTE) providenciada pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

O projeto-piloto, que deve subsidiar a consulta pública sobre o uso outdoor do Wifi 6E, utiliza uma plataforma AFC. Segundo a Qualcomm, a tecnologia garante que o sinal não se misture com os de conexões fixas existentes na região.

Sobre a escolha da entidade que vai controlar a potência de transmissão do Wifi 6E outdoor, por meio do AFC, a Connectoway, distribuidora da chinesa Huawei, já se manifestou defendendo que seja um operador neutro, em vez de um fabricante do sistema.

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Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

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