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Integração de conteúdo é o futuro da TV paga

Para Omarson Costa, da Accenture, Google, Amazon e Apple podem liderar nesse novo mercado

Melhorar a experiência do usuário é a meta a ser alcançada pelas empresas de TV por assinatura. Segundo o representante da Claro, Ricardo Falcão, ainda há espaço para conteúdo linear, o desafio é como agregar diferentes plataformas em um produto melhor para o cliente. 

“Nós não acreditamos agora numa substituição do modelo tradicional pelo modelo OTT, mas sim que eles são bastante complementares”, disse. Para ele, os números indicam que canais de esportes e de notícias ainda somam maior audiência no modelo tradicional, enquanto filmes, infantis e séries ganharam espaço muito grande no streaming. Segundo ele, a Claro ainda tem uma base significativa de clientes no modelo tradicional, o que mostra que ainda há mercado. Porém vê a agregação dos conteúdos como um futuro. 

O representante da DirecTV GO, no Brasil, Gustavo Fonseca, apesar de reconhecer que ainda há público pelo modelo tradicional da TV paga, a nova geração vai se acostumar a novos formatos e que haverá uma saudável disputa no mercado para quem faz essa melhor experiência para o cliente. Há pouco mais de seis meses, a empresa atua no Brasil só com produtos digitais e vê crescimento mês a mês. 

Fonseca cita a expansão da banda larga de qualidade e a preferência por produtos digitais como fatores para esse crescimento. Além disso, afirma que alguns serviços de telecomunicações não têm oferta de TV, o que abre mais espaço para a empresa. “Quem agregar melhor, como fazem os shoppings centers, que deixaram de ser um amontoado de lojas para ser um lugar onde há entretenimento, vai levar”, disse. 

Já para Francisco Teclas, da OiTV, a complementariedade ainda existe e a empresa tem se beneficiado disso, mas quer trabalhar muito na fibra até em casa e acredita que o conteúdo digital faz parte deste produto.

Omarson Costa, da Accenture, afirma que já existem mais de 200 app de OTTs, ou seja, é a era da abundância, mas o que se mira agora é a personalização. “Obviamente, a Netflix é ainda um benchmarking porque oferece uma experiência toda integrada, mas a gente não está mais vivendo num mundo só de conteúdo audiovisual, mas também de jogos e futuramente podemos trazer música e todos os tipos de conteúdo. Mas para isso precisa de uma orquestração”, afirma. 

Costa cita como exemplo a possibilidade de o cliente baixar a trilha sonora do filme que está assistindo. “Ninguém chegou nessa experiência, mas é para lá que estão todos caminhando e os grandes jogadores naturais desse mundo novo são quem domina os sistemas operacionais, Google, Amazon e Apple, porque eles têm essas três ofertas, músicas, jogos e conteúdos em geral”, disse. 

Para Costa, não basta agregar conteúdo, mas tornar isso numa experiência interessante para o cliente. “Essa é a grande oportunidade que virá nos próximos anos, pensar o serviço fora de sua rede”, completou o executivo, que participou, nesta segunda-feira, 9, do Pay-TV Fórum, promovido pelo Teletime.

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