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TIM reestrutura vice-presidência de tecnologia

Setor da operadora incorpora missão de rentabilizar novas tecnologias como big data, analytics e inteligência artificial. Executivo Guilherme Ferraz vem do Grupo Globo para ocupar a diretoria de transformação digital. Ele se reportará a Leonardo Capdeville, que passa a ser CTIO.
Leonardo Capdeville, CTIO da TIM Brasil

A TIM promoveu uma reestruturação em seu comando nos últimos meses, com a troca de CEO, extinção do cargo de COO e da vice-presidência de estratégia, ocupada por Luis Minoru, que deixou a companhia em setembro. O departamento de Minoru era responsável pela transformação digital da operadora.

Agora, a missão ficará a cargo da área de tecnologia, que passa a se chamar vice-presidência de Tecnologia e Informação. Leonardo Capdeville, ex-CTO, passa a ter o cargo de CTIO (Chief Technology & Information Officer) e a comandar a iniciativa de transformação digital, antes responsabilidade de Minoru.

Para isso, foi recriada a diretoria de Transformação Digital, com funções ampliadas, que ficará a cargo de Guilherme Ferraz, economista de formação que vem do Grupo Globo, onde passou quase 17 anos. Ele se reportará a Capdeville.

A diretoria de Transformação Digital recebe as áreas ficavam no setor de estratégia. Foram para lá as diretorias de Big Data, Analytics e Inteligência Artificial, comandada por Auana Mattar; de Canais digitais e Plataformas (antiga diretoria de Transformação Digital), sob tutela de Flávio Morelli; e de Inovação e Novos Negócios, cujo chefe é Janilson Bezerra.

Dentro da divisão de Big Data deverá ser aberto ainda um posto para um responsável pela privacidade e uso dos dados dos clientes, conforme as regras da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais, aprovada recentemente.

Nova TIM

Segundo Capdeville, a diretoria de transformação digital passa a ter um papel maior que digitalizar os processos dentro da TIM. “Os dois pilares da diretoria de Transformação Digital serão reduzir o churn, melhorando a experiência do cliente no contato com a TIM, e gerar receita com novos produtos e parcerias”, diz o executivo.

O primeiro objetivo será atingido com a melhora dos serviços graças à digitalização dos processos internos, treinamento de funcionários e mudanças de “mindset” dos colaboradores. “Estamos reposicionando a TIM. Queremos deixar de ser uma empresa de conectividade para ser uma empresa digital”, afirma.

A expectativa é aprofundar o relacionamento também com startups. Por isso, a TIM mantém a presença no Cubo, ambiente de inovação ligado ao Banco Itaú, em São Paulo, onde há 70 startups residentes. A tele participa do Cubo desde 2016. “Queremos que as startups nos vejam como o melhor parceiro e que os clientes nos vejam como um hub digital. Para isso, vamos criar inúmeros marketplaces com a oferta dos serviços que podemos oferecer através das parcerias”, conta Capdeville.

Auto-crítica

Para ele, o movimento é inevitável. A seu ver, o setor de telecomunicações deixou passarem as oportunidades do mundo digital. Isso permitiu o avanço das OTTs sobre mercados que poderiam ter sido explorados pelas teles. “A indústria de telecomunicações viabilizou essa era digital. Toda a inovação dessas empresas digitais aconteceu sob nossas barbas. Por que não podemos ser mais ágeis? Por que não podemos capturar as oportunidades?”, pergunta.

Agora, cabe às teles retomar o protagonismo. Ele acha que é possível, e mira-se no modelo da Amazon e sua rapidez em lançar produtos, o qual deseja reproduzir. “Acho que a IoT e a 5G são as oportunidades que virão para abraçarmos e mudar isso. Se as operadoras continuarem com o modelo de vender pré-pago ou pós-pago para os clientes, vão morrer. É preciso inovar”, vaticina.

Para ser mais rápida, a TIM pretende dar acesso a parceiros a seus sistemas de big data, através de APIs. Os moldes desse contratos ainda estão sendo definidos. A intenção, afirma Capdeville, é ser consciencioso e evitar erros do passado que obrigaram a operadora, e todas as rivais, a reverem contratos com empresas de SVA (serviço de valor adicionado) devido ao crescimento das reclamações sobre a qualidade dos serviços ou de cobranças indevidas.

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