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Vivendi abre processo contra Grupo TIM por venda da rede fixa na Itália

Conglomerado de mídia francês contesta a legitimidade do acordo da operadora com a KKR; tele, por sua vez, indica que negociação prosseguirá como o planejado
Vivendi entra com processo contra Grupo TIM na Itália
Em processo, Vivendi contesta legitimidade do acordo do Grupo TIM com a KKR (crédito: Freepik)

O conglomerado de mídia francês Vivendi entrou com uma ação judicial contra o Grupo TIM (antiga Telecom Italia), em razão do acordo de venda da unidade de rede fixa, a NetCo, ao fundo norte-americano KKR. A companhia de telecomunicações, dona da TIM Brasil, confirmou, nesta sexta-feira, 15, o recebimento de uma intimação ordinária.

Na prática, a Vivendi, maior acionista da tele italiana, com cerca de 24% de participação, contesta a legitimidade da decisão do conselho.

Além de aprovar a venda do ativo de infraestrutura fixa, em uma transação de quase 19 bilhões de euros (aproximadamente R$ 102 bilhões) que pode subir para 22 bilhões de euros (R$ 118 bilhões) caso algumas condições sejam alcançadas até a concretização do negócio, o colegiado deliberou que o acordo não precisa passar por avaliação dos acionistas.

Em comunicado, o Grupo TIM informou que a Vivendi não formulou nenhum pedido de medida cautelar, tampouco solicitou uma liminar de urgência para impedir a execução do negócio.

“As atividades previstas nos acordo com a KKR visando à conclusão da transação continuarão, portanto, conforme o planejado, sem atrasos ou interrupções”, destacou a operadora. A previsão é de que a venda seja concluída durante o verão de 2024 no hemisfério norte (inverno na maior parte do Brasil).

O Grupo TIM ainda afirmou que, como a Vivendi já havia sinalizado a intenção de questionar o acordo na Justiça, o movimento tem provocado impactos no desempenho das ações da tele.

“Uma discussão preliminar, que a companhia tem repetidamente buscado, poderia ter ajudado a Vivendi a entender melhor o assunto e sua legitimidade, e evitado prolongar um clima de incerteza e instabilidade em detrimento dos acionistas da TIM e demais partes interessadas”, pontua a operadora.

Em novembro, poucos dias após o anúncio do acordo com a KKR, em conferência sobre os resultados do terceiro trimestre, acompanhada pelo Tele.Síntese, o CEO da operadora, Pietro Labriola, rebateu ameaças de processo e assegurou que, mesmo em caso de ação judicial, a negociação prosseguirá. A companhia alega que a legislação italiana prevê que a venda do ativo não precisa ser aprovada pelos investidores.

Outros negócios

Além da rede fixa terrestre, a TIM italiana negocia a venda da Sparkle, braço de atacado e de cabos submarinos do grupo, com a KKR. Na quinta-feira, 14, o conselho decidiu prolongar até janeiro o prazo para o fundo norte-americano apresentar uma oferta vinculante pelo ativo.

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