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Operadoras

Teles dizem que baixa rentabilidade pode comprometer futuro da indústria

Com rentabilidade de 4%, segundo estudo do BCG, as operadoras de telecomunicações que operam no Brasil colhem resultados muito inferiores aos de operados de países desenvolvidos e mesmo em desenvolvimento. O modelo, insistem os executivos, não é sustentável.

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Um sinal de que a indústria de telecomunicações não está saudável, na avaliação do presidente da TIM, Stefano De Angelis, são as crises vividas por Sercomtel, concessionária da cidade de Londrina (PR), Nextel e Oi. No caso das duas primeiras operadoras, ele credita o problema ao fato de não terem operação integrada e não terem escala. Já no caso da Oi, como tem operação integrada, escala e gera caixa e superavit, ele acredita que o problema será superado. Lembrou que, há um ano e meio, a TIM Brasil também enfrentou problemas por falta de geração suficiente de caixa. “Nossa vantagem é que tínhamos baixo endividamento. Fizemos a lição de casa e superamos a crise. Mas vamos ter que, como indústria, resolver a questão da baixa rentabilidade”, observou.

Financiamento

Ao lado desse problema hoje estrutural, decorrente das próprias obrigações impostas ao longo dos anos às operadoras, elas observaram que o novo modelo de telecom que está sendo traçado pelo governo, tendo como eixo a banda larga, tem que equacionar o financiamento da franja da população, entre 4% e 5% dos brasileiros, que moram em regiões distantes, de baixo adensamento populacional. “Não adianta. Através da competição, vamos atender os grandes centros e cidades médias. Mas as cidades pequenas, as comunidades só vão ser atendidas com recursos públicos. Se isso não for feito, essas populações vão ficar ainda mais marginalizadas”, disse José Félix, presidente da Claro Brasil.

Se há total concordância entre os representantes das operadoras e as diretrizes da nova política de telecom, que atualiza os decretos hoje em vigor, apresentada pelo secretário de Telecomunicações do MCTIC, André Borges, não há consenso sobre como universalizar a banda larga. Borges continua apostando no uso dos fundos setoriais, como o Fust, quando até o presidente da Anatel, Juarez Quadros, se manifestou, hoje, pela sua extinção por desvio de função. Alguns executivos apoiam a posição de Quadros, enquanto outros sonham que, se os recursos captados até agora viraram pó (R$ 96 bilhões foram para o Tesouro), pelo menos a partir de uma data a ser definida eles deveriam ser aplicados no setor.

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