Nokia prevê dificuldades para vender lotes da faixa de 26 GHz

Para executivo da fabricante, preço ficou muito alto e a alternativa é incentivar consórcios de ISPs para trabalharem com essa frequência
Wilson Cardoso, CSO da Nokia para a América Latina / Foto: imagem da live

O chefe de Tecnologia da Nokia do Brasil, Wilson Cardoso, disse, nesta quarta-feira, 29, que está preocupado com o preço mínimo estipulado para os lotes da faixa de 26 GHz no leilão do 5G. “Os valores estão semelhantes aos cobrados na Coreia do Sul, mas as nossas empresas não têm a mesma capacidade econômica do que as similares daquele país”, disse, em audiência pública na Assembleia Legislativa do Paraná, que debateu o certame. 

Segundo Cardoso, haverá grande dificuldade para comercialização desses lotes no dia 4 de novembro, data do leilão. “Esse é um ponto de atenção e uma das alternativas é a viabilização de consórcios regionais, principalmente dos ISPs, para trabalharem com essa frequência e possibilitar que as escolas sejam conectadas”, afirmou. 

Cardoso também destacou a possibilidade da instalação de redes privativas 5G, nas frequências de 3,7 GHz e 27,5 GHz, que não fazem parte do leilão, mas que são um complemento importante às redes públicas exploradas pelas operadoras e provedores regionais; “Grandes conglomerados, portos e aeroportos poderão ter suas redes privativas e interconectar com as redes públicas de telecomunicações, com possibilidade de aumento de produtividade, além de outros valores”, disse. 

Antenas 

Para a conselheira da Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint), Cristiane Sanches, o Paraná, que é servido por backhaul na quase totalidade dos 399 municípios, tem grande chance de ter redes de 5G antecipadas. Mas ressalta que, para isso, os municípios precisam estar aderentes à Lei Geral de Antenas. 

Posição semelhante foi defendida por Ricardo Dickmann, da Conexis Brasil Digital. Ele disse também que, mesmo contando com muitas redes, o aumento do tráfego de dados exigirá ampliação do backhaul e isso dependerá de licenciamento, de preferência sem custos para as operadoras. 

O diretor de Relacionamento da TIM, Leandro Guerra, disse que a operadora tem forte presença no Paraná e que até dezembro deste ano, estará cobrindo as principais rodovias do estado. Ele também reforçou a necessidade de agilidade no licenciamento de antenas para o 5G e a cobertura do 4G nas localidades previstas na lista de compromissos do leilão. 

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Lúcia Berbert

Lúcia Berbert, com mais de 30 anos de experiência no jornalismo, é repórter do TeleSíntese. Ama cachorros.

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