Hospital em Manaus une IA, IoT e rede privativa em sua gestão

O Hospital Delphina Aziz , em Manaus, faz a gestão da operação dos serviços de limpeza hospitalar e de monitoramento e manutenção de equipamentos médicos usando os três recursos.
Leandro Simões, CEO e Co-fundador da startup Evolv.
Leandro Simões, CEO e Co-fundador da startup Evolv.

O Hospital Delphina Aziz, em Manaus, implementou um projeto que combina inteligência artificial, Internet das Coisas (IoT) e redes privativas sem fio para a gestão da operação dos serviços de limpeza hospitalar e de monitoramento e manutenção de equipamentos médicos. A solução foi desenvolvida pela startup Evolv e adotada pela Opy Health, concessionária que opera os serviços não clínicos do hospital.

O projeto implantado pela Evolv em parceria com Opy utiliza pequenos sensores de infravermelho e algoritmos para monitorar o fluxo de pessoas em ambientes e banheiros, e com isso, substituir as tradicionais rondas sequenciais de limpeza. Também foram instalados sistemas inteligentes de monitoramento da saúde de equipamentos, ajudando na manutenção preditiva.

Com o auxílio de um sistema digital unificado, os aparelhos fornecem aos gestores contratantes um monitoramento em tempo real de fluxo de pessoas, performances de máquinas e, ainda, permite o controle de temperatura e umidade nos ambientes do hospital. “Tínhamos muita experiência no setor de telecomunicações com implantação de redes baseadas em small cells e vimos que havia muitas oportunidades com IoT e IA em áreas de facilities e manutenção, que são fundamentais em qualquer empresa, mas que empregam muito pouca tecnologia”, conta Leandro Simões, CEO e Co-fundador da startup Evolv.

A startup oferece integração para empresas de todos os tamanhos e segmentos, a fim de proporcionar um amadurecimento organizacional. Simões ressalta que com soluções hospitalares esse impacto é ainda mais importante. O sensor fica na porta dos banheiros e permite medir o fluxo de pessoas em tempo real. O dado fica vai para a nuvem da Evolv onde é monitorado por IA para ser enviada a ordem de limpeza na hora certa.

“Não há mais situações em que o banheiro super utilizado fica em sabonete ou papel. Outro problema eram as rondas cegas que limpavam banheiro limpo. Com a solução eliminamos desperdícios de água e energia e reduzimos os custos em 30% a 40%. Ajudamos na gestão mais eficiente por parte dos hospitais, proporcionando ainda mais conforto e segurança aos pacientes”, diz Simões.

Os sensores são integrados por meio de uma rede Lora e os funcionários e pacientes podem ganhar um crachá assim como os equipamentos, que podem ser facilmente localizados. “Criamos uma rede privada e temos uma nuvem própria onde atuam os algoritmos de IA e machine learning que aprendem os processos. Desenvolvemos um sensor para os equipamentos que mede a vibração e a temperatura e o algoritmo consegue prever quando a maquina pode falhar, no conceito de manutenção preditiva”, diz o CEO da Evolv.

De acordo com o gerente de operações e manutenção da Opy Health, Leonardo Marques, no Hospital Delphina Aziz, de Manaus, com os dispositivos é possível saber com antecedência quando é necessária a intervenção da equipe responsável. Isso elimina o risco de encontrar ambientes sujos ou com falta de itens essenciais, como papel higiênico e sabonete, porque há o registro do uso dos banheiros pelo público. “Assim que o sistema dispara o alerta para o Centro de Controle Operacional (CCO), é lançada a ordem de serviço para os times da área. A tecnologia permite mais agilidade, produtividade, qualidade e diminuição de custos, totalmente alinhado com nossa visão de negócios e nosso jeito de ser e fazer”, explica o gerente do hospital de Manaus.

Temperatura

Implementado em 2022, o monitoramento alcança 200 banheiros da unidade hospitalar. O objetivo principal é aumentar a qualidade do serviço e, consequentemente, a satisfação dos usuários. Já para o controle de temperatura no complexo hospitalar, há 120 sensores que informam quando há alteração significativa que possa prejudicar as atividades, o desempenho de aparelhos ou oferecer desconforto às pessoas. O sistema permite programações diferentes de temperaturas baixas ou altas, de acordo com o horário ou preferência dos usuários.

“O setor de gestão de facilities – limpeza e manutenção predial, consumo de água, gás e energia, gestão de equipamentos – fatura na ordem de R$ 50 bilhões no Brasil. E o nível de ineficiência é alto, pois não havia soluções para o setor. Buscamos trazer soluções com tecnologias simples para promover uma revolução no segmento. Os orçamentos dessas áreas de facilities em aeroportos, hospitais e empresas são enormes. Com cerca de 1% do orçamento é possível ter uma redução de 30% a 40% e melhorar a eficiência”, completa o CEO da Evolv.

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Da Redação

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