Governo vai concentrar dados críticos em Dataprev e Serpro

Ministério da Gestão e da Inovação de Serviços Públicos determina que os gestores da Administração Direta, ao migrarem para a nuvem, devem apontar os dados críticos que passarão a ser organizados e centralizados por Dataprev e Serpro.
Rodrigo Assumpção, presidente da Dataprev | Foto: José Cruz/Agência Brasil
Rodrigo Assumpção, presidente da Dataprev | Foto: José Cruz/Agência Brasil

As estatais Serpro e Dataprev ganham mais protagonismo no governo, confirmada pela recente reunião firmada por representantes do Ministério da Gestão e da Inovação de Serviços Públicos, na qual as áreas de TI da Administração Pública Direta terão que, ao decidir migrar para a nuvem, considerar quais são os dados críticos, para que eles sejam concentrados nos birôs do Serpro ou Dataprev.

Essa orientação, que provocou desconcerto no segmento privado, não significa, afirmaram em uníssono os presidentes das duas empresas, presentes ao evento TechGov, promovido pela Network, que as soluções de mercado deixarão de ser usadas.Ao contrário, a ideia é centralizar nessas empresas o próprio diálogo com os fornecedores privados.

” A disponibilização de dados para os Estados Unidos é 10 vezes maior do que qualquer outro lugar do planeta. Quem organiza a sua estrutura de dados está a frente, pois estamos falando do acesso ao insumo básico”, afirmou Rodrigo Rodrigo Assunção, presidente da Dataprev.

Segundo ele, todos os países que avançaram em sua transformação digital centralizaram o processo de guarda dos dados, e o mesmo começará a ser feito no Brasil. “A Administração Pública brasileira tem pelo menos 130 CPDs (Centro de Processamento de Dados) diferentes, que precisam ser classificados e controlados. Todos já sabem que os dados desorganizados é que causam alucinações na inteligência artificial”, afirmou Assunção.

Luanna Roncaratti, secretária adjunta de Governo Digital, disse que as diretrizes do ministério ( expressa na portaria 5950 de outubro do ano passado) são orientações para os gestores de TI reconhecerem a relevância e criticidade dos dados e aplicações de seus órgãos, para que possam organizar e tratar esses insumos.

“Para que sejam entregues melhores serviços, sem descontinuidade, é preciso avançar no sentido de alcançar maior maturidade organizacional”, afirmou Luanna.

O presidente do Serpro, Alexandre Amorim, por sua vez, assinalou que as empresas públicas estavam sendo sucateadas e que agora estão sendo recuperadas e fortalecidas. “As empresas estão mais fortes e trabalhando unidas”, concluiu.

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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