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Taxa do Fistel precisa diminuir para viabilizar M2M na 5G, afirma GSMA

GSMA enxerga risco de atraso no desenvolvimento de novos modelos de negócios se taxa de fiscalização de instalação continuar em quase R$ 6 para objetos conectados.

O valor da taxa de fiscalização de instalação (TFI) recolhido pelas operadoras móveis sobre conexões M2M precisa cair mais caso o Brasil pretenda desenvolver o segmento quando vier a quinta geração (5G) de redes celulares. A análise foi consenso em evento realizado hoje, 18, na Fiesp, em São Paulo.

Amadeu Castro Neto, diretor da GSMA na América Latina, associação de operadores e fabricantes de equipamentos para redes móveis, alertou que as primeiras implementações da 5G devem acontecer, em fase de testes, já em 2018, para lançamento comercial, lá fora, a partir do final de 2020. A grande inovação da quinta geração será, segundo ele, a capacidade de gerenciar milhões de conexões simultâneas, o que vai impulsionar o M2M e a internet das coisas.

Ele analisou, no entanto, que o Fistel atrasa o desenvolvimento comercial do ecossistema. “Não existe dinheiro ainda na internet das coisas [no Brasil]. Os custos dos terminais, para conectar dispositivos como geladeira, relógio e fogão, ainda são altos. O que inviabiliza qualquer receita que possa vir daí”, comentou, durante o workshop “O 5G e o Futuro das Conexões Móveis”.

Segundo ele, a associação e outras entidades de classe do setor devem adotar a estratégia política comum de pedir nova redução do Fistel para objetos conectados por rede móvel. “A estratégia é mostrar que estaríamos avançando com serviços, modelos, mas que o custo de Fistel torna proibitivo o desenvolvimento deste mercado”, disse.

Presentes ao evento, os executivos Jesper Rhode, diretor de marketing da Ericsson na América Latina, Roberto Falsarella, gerente de soluções de rede da Nokia, e Eduardo Tude, da consultoria Teleco, concordaram com o diagnóstico. Todos cobraram mais ações para que as operadoras brasileira não fiquem atrás quanto à implementação da próxima geração de redes celulares.

A demanda não é nova. Desde setembro do ano passado as teles ressaltam que não há modelo de negócio viável em IoT no Brasil, mesmo depois da desoneração da TFI. Atualmente, as prestadoras de serviços de comunicação de dados máquina a máquina devem pagar uma taxa de cerca de R$ 5,68 por terminal ligado à internet por conexão móvel. O valor, que era de quase R$ 30 há dois anos, foi reduzido pelo governo em 2014, a pedido das operadoras de telecomunicações.

Agostinho Linhares, gerente geral geral de espectro, órbita e radiodifusão da Anatel, reconhece o peso da taxa. “A previsão da UIT é de que existam 97 bilhões de dispositivos M2M no mundo. A TFI impacta. Se quisermos que qualquer dispositivo na sua casa seja conectado, tem que se tratar dessa taxa”, disse.

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