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Infraestrutura

Modelo de rede neutra será avaliado na revisão do PGMC

Enquanto isso, a Anatel considera que os conceitos de atacadista e de compartilhamento já estão arraigados na regulamentação existente

O conceito de rede neutra está arraigado na regulamentação da Anatel, seja na questão atacadista ou de compartilhamento, mas a agência está se preparando para agir caso ocorram conflitos nesse mercado. A avaliação é da gerente de Acompanhamento Econômico da agência, Priscila Evangelista, que participou, nesta terça-feira, 21, de webinar sobre o tema, promovido pelo Painel Telebrasil. 

Segundo Priscila, o círculo de avaliação do Plano Geral de Metas de Competição (PGMC), que deve começar brevemente, fará uma avaliação desse modelo de negócio. Porém, acredita que se vier para aumentar as conexões e racionalizar o uso do Capex, essas operadoras terão espaço significativo no mercado. Ela não descarta até a desregulamentação de áreas da rede neutra, como ocorreu com as torresCo, caso sejam concretizadas as promessas feitas pelas novas operadoras, de verdadeira neutralidade. 

Para o head de Soluções da Nokia, Wilson Cardoso, existem casos bem-sucedidos de redes neutras pelo mundo, que no ano passado arrecadaram 200 bilhões de euros. Ele afirma que existem vários modelos de redes neutras e que o conceito de compartilhamento é uma opção que deve ser sempre considerada. Porém, é preciso ter uma ideia de quais serão as implicações para os negócios. 

Na avaliação de Cardoso, as redes neutras podem ter imenso valor na integração das redes 5G na faixa de 3,5 GHz e ser uma opção para a redução das taxas de carbono, um ponto muito sensível para os investidores na atualidade. E ainda resolver a questão da ocupação dos postes. 

Chinese wall 

O Chief Commercial Officer da V.Tal, Pedro Arakawa, a operadora já nasceu grande, com uma infraestrutura de 400 mil km de fibra, atendendo a 2,3 mil municípios e com 340 contratos, de rede neutra e de atacado. Ele afirmou que todos os cuidados para garantir a neutralidade da empresa foram tomados. Uma delas foi a criação de chinese wall – barreira que garante que, dentro de uma mesma empresa, as áreas que têm informações privilegiadas sobre o mercado não tenham contato com quem de fato opera nele – e de um comitê de neutralidade. 

Arakawa assegura que as condições de contrato oferecidas à empresa âncora, no caso a Oi, são repetidas para os outros clientes, independentemente do porte. E que a camada de serviço adotada permite a conexão da primeira casa 60 a 90 dias após a assinatura do contrato. 

O CTO da Fibrasil, Átila Branco, também discorreu sobre os cuidados que a startup está tomando para garantir a transparência da atuação frente a Telefônica, uma das donas da empresa, além do fundo canadense. Ele disse que foi criada uma API aberta, que facilita a visão da operação da prestadora. 

Branco disse que a Fibrasil começou a operar em junho e já está presente em 34 cidades, com capacidade para expansão para 300 municípios e três milhões de casas fibradas em pouco tempo. “O nosso DNA é de aceleração”, afirmou. 

 

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