BC: Corte de juros manterá ritmo, mesmo com progresso desinflacionário

Ata do Copom ressalta a queda na inflação, mas aponta que ainda há um longo caminho a ser percorrido e, por isso, pretende cortar a Selic gradualmente, conforme já anunciado.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central  (BC) avaliou que o houve um progresso desinflacionário no país, mas considerou que  há um caminho longo a percorrer para a ancoragem das expectativas e o retorno da inflação à meta, “o que exige serenidade e moderação na condução da política monetária”.  Ou seja, o corte de juros manterá o ritmo previamente anunciado. A avaliação está na ata da reunião, divulgada nesta terça-feira (19) pelo BC

Essa é a leitura do mercado sobre o comunicado divulgado hoje, 19.  “Em nossa visão, o documento trouxe a mensagem de que a inflação e a atividade econômica estão arrefecendo de acordo com as expectativas do Comitê. Portanto, não haveria necessidade de alteração no plano de voo de redução da taxa Selic em 0,50 p.p. nas próximas reuniões”, afirma time da XP. “O Comitê novamente se deteve sobre as fontes e incertezas para o processo desinflacionário futuro, contrapondo a melhora no quadro inflacionário corrente aos desafios ainda existentes à frente, tais como o contexto geopolítico incerto, os mercados de trabalho aquecidos e o hiato do produto apertado em várias economias avançadas”, indicando para o corte de juros futuro menor do que o Executivo deseja.

Pouso suave

Para os analistas, a autoridade monetária explica a cautela também diante do cenário internacional, que continua bastante volátil. “Os dados mais recentes, ainda que incipientes, sugerem uma moderação de crescimento e um arrefecimento das pressões inflacionárias em alguns países, especialmente na parte de bens industriais e commodities energéticas. Em função disso, para vários membros do Copom, houve um aumento da probabilidade da ocorrência de um pouso suave nos Estados Unidos”.

Política Fiscal

A Ata do Copom reforçou ainda a importância do cumprimento da política fiscal do governo para equilíbrio das contas públicas e consequente queda da inflação. As expectativas de inflação acima da meta preocupam o BC e é um fator que impacta a decisão do BC sobre a taxa básica de juros, a Selic.

Para os membros do colegiado, em reunião na semana passada, a redução das expectativas requer o contínuo fortalecimento da credibilidade e da reputação tanto das instituições públicas como dos arcabouços fiscal e monetário, que compõem a política econômica brasileira.

“Com relação ao cenário fiscal, tendo em conta a importância da execução das metas fiscais já estabelecidas para a ancoragem das expectativas de inflação e, consequentemente, para a condução da política monetária, o Comitê reafirma a importância da firme persecução dessas metas”.

Na semana passada, o Copom decidiu reduzir a taxa Selic, de 12,25% ao ano para 11,75% ao ano. O comportamento dos preços fez o BC cortar os juros pela quarta vez no semestre, em um ciclo que deve seguir com cortes de 0,5 ponto percentual nas próximas reuniões.

(da redação, com agência Brasil)

 

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