Startup usa a luz do Sol para filtrar água de poços e cisternas

Aqualuz recebeu investimento do programa de incubação de startups da TIM e34 levou R$ 25 mil como segundo lugar na HackBrazil, evento brasileiro de tecnologia em Boston (EUA).
Cisternas são ligadas ao filtro de água movido por raios solares / Foto: reprodução de vídeo

Startup criada por aluna de biotecnologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA) apresenta solução para o tratamento de água a baixo custo. A Aqualuz, desenvolvida por Anna Luisa Santos, de 21 anos, é um sistema de filtragem que pode ser ligado a cisternas, utilizando radiação solar para transformar água contaminada em água própria para o consumo. A ideia, que recebeu investimento do Academic Working Digital (AWC), programa de incubação de startups da TIM, ficou em segundo lugar na HackBrazil, evento brasileiro de tecnologia em Boston (EUA) que premia iniciativas empreendedoras, e levou o premio de R$ 25 mil.

O dinheiro será todo utilizado em investimento na própria empresa, que recebeu o nome de Safe Drinking Water For All (SDW). “Vamos investir na tecnologia e tentar levá-la a outros lugares. Hoje, já funcionam 35 unidades, em 4 Estados (Alagoas, Bahia, Ceará e Pernambuco). Neste início do mês estaremos levando mais unidades para a Bahia e também chegando com outras no Rio Grande do Norte. Chegaremos a 50 instaladas”, explicou a estudante.

O Aqualuz é um dispositivo de desinfecção solar da água que aproveita os efeitos da luz solar: radiação no espectro da luz UV-A e calor (aumento de temperatura da água) para atacar a vulnerabilidade dos micro-organismos patogênicos. Isso sem usar nenhum composto químico e com uma estrutura que permite uma excelente durabilidade, sem a necessidade de ter que trocar filtro. O custo do equipamento é de R$ 500,00 por unidade.

Manutenção barata

Para realizar a manutenção do equipamento bastam água e sabão. Já as fibras de sisal, que também compõem o Aqualuz, podem ser trocadas facilmente. Não há adição de produtos químicos. Um manual de instruções demonstra ao consumidor como proceder através de imagens intuitivas. Testes preliminares conduzidos em laboratório certificado, que utilizaram parâmetros da portaria 2.914 do Ministério da Saúde, revelaram que a inovação reduziu em 99,9% a presença de bactérias-referência.

Na prática, a água da cisterna é bombeada para o equipamento passando primeiro pelo filtro que retira as partículas sólidas. “Em seguida, ela segue para um reservatório e fica exposta ao sol por entre uma e quatro horas, tudo monitorado por um sistema que nos informa quando a água está pronta para ser retirada”, explica Anna Luísa.

O Aqualuz’pode ser usado por até três famílias. A indicação é, por hora, para que o uso seja feito apenas em cisternas. No caso de rios e postos artesianos é preciso uma análise prévia da água para saber se é possível a descontaminação microbiológica e se tem contaminação adicional de metais pesados, por exemplo. Caso ainda não atendido pela tecnologia.

Também participam da equipe: Letícia Nunes Bezerra, aluna do Curso de Engenharia Ambiental, da Universidade Federal do Ceará (UFC); Marcela Sepreny, graduanda em Engenharia Química no Centro Universitário Senai Cimatec (BA); e Lucas Ayres, profissional formado em Ciência da Computação pela UFBA, responsável pelo design e marketing do Aqualuz.

Veja o vídeo da startup:

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Abnor Gondim

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