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Igual EUA: Europa também prepara pacote de restrições a investimentos na China

Representantes da Comissão Europeia e do Reino Unido afirmaram à Reuters que analisam decreto de Biden que restringe investimentos norte-americanos em empresas de tecnologia da China. País asiático diz que medida abala relações entro os países.

Crédito: Freepik

O decreto assinado pelo presidente dos EUA, Joe Biden, ontem, 9, que proíbe investimentos de empresas norte-americanas no desenvolvimento de tecnologia “sensível” na China, repercutiu na Europa.

Conforme a Reuters, tanto o Reino Unido, como a União Europeia, estão analisando a medida. Representantes da Comissão Europeia afirmaram que pretendem publicar, até o final deste ano, um regulamento semelhante. Emissário alemão disse que a Alemanha participará ativamente do processo.

O decreto de Biden impede empresas estadunidenses de realizarem novos investimentos na China em semicondutores, microeletrônica, tecnologia quântica da informação e alguns tipos de sistemas de inteligência artificial.

A intenção, diz o governo dos EUA, é dificultar o desenvolvimento e a exploração pela China de tecnologias utilizadas nos segmentos militar, de inteligência, de vigilância e cibernético.

O decreto determina a criação de um programa de segurança nacional a ser elaborado e aplicado pelo Departamento do Tesouro, em parceria com o Departamento do Comércio e agências reguladoras. O programa obrigará investidores a informarem a intenção de aportar em tecnologia chinesa e proíbe norte-americanos de transacionarem com empresas consideradas de risco.

O governo Biden diz que isso impedirá que o capital norte-americano ajude no desenvolvimento tecnológico da China em áreas estratégicas, inclusive a militar. Além disso, entende que os investimentos ajudam o país asiático a contornar as atuais restrições de compra de tecnologia americana, desenvolvendo soluções próprias.

Ontem mesmo o Tesouro dos EUA abriu consulta pública para elaboração de regulamento sobre o fluxo de capitais entre os países que têm com alvo as empresas de tecnologia a fim de colocar em prática, o quanto antes, a ordem expressa no decreto.

Resposta chinesa

O ministro de comércio do país comunista se pronunciou oficialmente acusando Biden de quebrar princípios da economia de mercado e da competição.

A agência de notícias oficial da China, a Xinhua, publicou editorial hoje, 10, no qual critica o decreto de Biden. Diz que os EUA ameaçam com a medida a retomada de laços com os chineses e ameaça os esforços diplomáticos de reaproximação feitos nos últimos meses.

Afirma que o resultado pode ser uma ruptura das relações tecnológicas com base em argumentos infundados de segurança nacional. Afirma que Biden quer o melhor dos dois mundos: congelar o desenvolvimento chinês, mas permitir que empresas americanas lucrem no mercado do gigante asiático.

Lembra que empresas como Intel, Qualcomm e Nvidia fazem lobby contra as restrições comerciais à China.

Diz que a medida enfraquece o comércio internacional e atrapalha as cadeias globais de produção. Afirma que há uma grande interdependência entre EUA e China, e que não haverá vencedores em um “divórcio tecnológico”.

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