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Com BTG no controle, V.Tal quer ser mais ativa na busca de solução para o uso dos postes

Para Rafael Marquez, diretor de Marketing da empresa, as redes de banda larga, que são um serviço essencial, devem ser desoneradas para ampliar a inclusão digital e não podem prescindir do compartilhamento dos postes.
Rafael Marquez, Diretor de Marketing da V.tal | Credito: Renata Mello
Rafael Marquez, Diretor de Marketing da V.tal | Credito: Renata Mello

A V.tal, primeira rede neutra de telecom do país, aguarda apenas a indicação de toda a nova diretoria, que deverá ocorrer ainda este mês, quando o BTG assume o controle, para  contribuir com mais intensidade na busca de solução dos principais problemas que afetam o setor, e seus clientes. E o uso dos postes de energia pelas operadoras de banda larga é um dos itens importantes na agenda da V.tal.

Na verdade, para a empresa que assumiu a rede da Oi e consequentemente seus contratos de uso dos postes, não ter que disputar o limitado espaço nessa infraestrutura é uma vantagem competitiva que é repassada para os provedores regionais de internet, seus clientes preferenciais, mas, observa Rafael Marquez, diretor de Marketing da V.tal, o setor de telecom já foi enquadrado como serviço essencial e em breve a inclusão digital passará a ser um direito constitucional, conforme a PEC que tramita no Congresso Nacional, o que demanda uma solução para o atual conflito. ” Uma rede de serviço essencial deve ser desonerada, e o modelo de compartilhamento deve ser estimulado, e por isso, essa questão precisa ser equacionada”, defendeu o executivo, completando que a equipe da empresa já estuda o tema há algum tempo.

A V.tal, com pouco mais de um ano de atividade,  já nasceu com o conceito da Economia Compartilhada e entende que esse conceito extrapola as parcerias setoriais, para se tornar uma agenda ESG ( Environmental, Social, e Corporate Governance) de maior alcance. Tanto que, afirma Marquez, para a empresa, hoje, os seus principais competidores não são as outras empresas de rede neutra que também se lançaram no mercado – como Fibrasil (parceria da Vivo com o fundo canadense CQPD) ou a I-Systems ( TIM com a empresa africana IHS ) mas sim os provedores regionais que ainda querem construir as suas próprias redes.

” Com a nossa infraestrutura, o provedor pode ampliar a sua operação na própria região ou  partir para outra região. Pode mesmo ser um operador multi regional e continuar a fazer o que sabe de melhor, que é prestar serviço com qualidade”, assinala ele.  Marquez ressalta que o modelo de rede neutra – e aí ele alfineta, lembrando que a V.Tal é a única que consegue confirmar que a Oi, sua operadora âncora, não tem tratamento privilegiado em relação a qualquer outro âncora que queira assumir esse papel – veio para ficar no país, e com muito para investir no país, tendo em vista a quantidade de lares e pequenas empresas que ainda não têm acesso à fibra óptica, ou à internet de alta velocidade.

Ele reconhece que uma grande parcela dos ISPs ainda aguarda para se certificar de como deverá agir, mas lembra que aqueles que compreendem mais rapidamente o modelo, também mais rapidamente conquistam mais clientes. Para Marquez, o 5G, mesmo com a tecnologia fixa de banda larga – o FWA – não irá ameaçar nem substituir a ainda enorme demanda não atendida por banda larga fixa no país. Assinala que o 5G ~é  uma vertente complementar aos negócios da empresa, que é a de oferecer para os seus parceiros de banda larga de atacado a oportunidade de fibrar as milhares de antenas do 5G que serão instaladas. “Esse é um grande mercado para os operadores de venda no atacado”, conclui.

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