PORTAL DE TELECOM, INTERNET E TIC

Leilão

“Se pequenos não tiverem 5G, ela só vai chegar no interior em 10 anos”, afirma CEO da Brisanet

Roberto Nogueira assinala que as cidades do interior do Brasil até hoje convivem com tecnologias de terceira geração, e com antenas de 4G que sequer são ligadas a fibra. E diz que se os ISPs não tiverem acesso à frequência, esse cenário irá se repetir no 5G.
Itajubá (MG). Foto de Evelim Lamaiara

Mendoza- O primeiro empresário dono de ISP,  a reivindicar que a Anatel reserve um naco da frequência de 3,5 GHz para os pequenos operadores  poderem usar a tecnologia da 5G foi Roberto Nogueira, CEO da Brisanet, líder na categoria, com mais de 300 mil assinantes. E, durante o evento da Neo, realizado na Argentina, o executivo apresentou, em mais detalhes, os seus argumentos.

” Se a 5G ficar só nas mãos das grandes, ela vai chegar no interior somente em 2030, a exemplo do que ocorre com a 4G”, afirmou.

Conforme o executivo, atualmente, inúmeras cidades do interior  têm uma única operadora de celular, e vinte por cento das torres dessas cidades ainda estão com 3G. Ou ainda, que  metade das cidades atendidas por 4G são conectadas por rádio, que  não têm sequer um par de fibra óptica chegando a essas torres.

“Quase metade das cidades brasileiras com 30 mil habitantes têm uma torre de celular com capacidade de 200 mega, para atender todas essas 30 mil pessoas. E se os ISPs não entrarem no leilão, esse cenário vai se repetir na 5G”, vaticinou.

Nogueira argumentou que, se os pequenos não têm bala na agulha financeira para competir com as maiores operadoras de telecomunicações nos lances de preços durante o leilão,  podem levar a nova geração da telefonia móvel muito mais rapidamente para o interior. “50 MHz dessa frequência é mais do que suficiente para isso”, afirmou.

Segundo Nogueira, nas cidades onde a Brisanet está presente – nos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco -36% dessas cidades são classificadas pela Anatel como  ” não competitivos”, e as demais na categoria de “pouco competitivos”, ou seja, sem atrativo econômico para os investimentos em telecomunicações. Ele mostrou que há sim viabilidade econômica e demanda,

A jornalista viajou a convite da Neo

 

TEMAS RELACIONADOS

ARTIGOS SUGERIDOS