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Satélite de órbita baixa: os fracassos do passado não preocupam

Os operadores de satélite que participam de projetos em consórcio de construção de satélites de órbita baixa estão otimistas. E mesmo quem não está diretamente envolvido acha que agora vai.

Satelite c4 embratel star oneApesar do fracasso das experiências anteriores, onde a mais famosa foi a da constelação Iridium para telefonia móvel via satélite, os operadores de satélite estão animados com as novas experiências em desenvolvimento de satélite de órbita baixa. Foram unânimes em responder afirmativamente à pergunta provocadora do coordenador do painel “As inovações que vem com o satélite”, Luiz Tenório Perrone, consultor da Oi. Tanto os representantes de empresas envolvidos em projetos de satélites de órbita baixa, caso da Hughes e da Telesat, como os que estão fora.

A Hughes integra o consórcio OneWeb, que inclui Qualcomm, Virgin Group, Airbus Group, Bharti Enterprises, Coca-Cola, Grupo Salinas e Intelsat. O sistema da OneWeb pretende lançar 648 satélites em órbita terrestre baixa (LEO, sigla em inglês) para permitir a entrega de serviços de banda larga de baixa latência de alta qualidade, fixos e móveis, e com uma oferta combinada com redes celulares, com operação a partir de 2019. Já a Telesat lança no próximo ano dois satélites protótipos de órbita baixa. E a empresa O3B, controlada pela SES, opera 12 satélites.

Na avaliação de Mauro Wainberg, gerente geral da Telesat no Brasil, a tecnologia está evoluindo em direção aos satélites com alta taxa de transferência na tecnologia HTS e ao de órbita baixa, que permitem um custo menor por Megabit e menor latência. Mas ele acredita que essas duas tendências, que estão chegando para ficar, vão conviver com a linha tradicional. “Tudo depende da aplicação”, observa.

Para Márcio Thiago, da YahSat, o momento é mesmo de disrupção no mundo do satélite, e o maior desafio é como vai chegar ao cliente, no caso do atendimento de banda larga de massa, como vai dar o suporte. Como a YahSat não tem rede própria, o desafio será montar uma rede de parceiros bem treinada e eficiente, modelo que adota na África. Este não é um problema para a Hughes, como relata Marcelo Rezende, pois ela tem uma estrutura verticalizada. Na América do Norte, conta com um milhão de assinantes e fornece do satélite à VSAT.

A Hispamar vem crescendo ano a ano, apesar das dificuldades econômicas do país e da região, e Sergio Chaves, diretor, se mostra otimista em relação à demanda potencial da banda larga para a banda Ka. “Não é uma demanda que conhecemos. Mas como vamos chegar em muitos lugares onde não há oferta, acho que vai acabar acontecendo o mesmo fenômeno do DTH na TV paga”, ponderou.

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