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Balanço

Migração de HFC para fibra impacta resultados da Alares em 2023

Provedor registrou prejuízo líquido de R$ 157,4 milhões no ano passado; por outro lado, aquisição da Webby ajudou a elevar as receitas e a base de assinantes, além de ter estendido a rede para mais 65 cidades
Troca de tecnologia de acesso impacta resultados da Alares em 2023
Resultados da Alares ficaram no negativo em 2023, apesar do crescimento em receitas e de assinantes (crédito: Freepik)

Apesar de ter crescido em receita e em número de assinantes, a Alares não conseguiu evitar a ocorrência de prejuízo em 2023. O resultado líquido negativo foi de R$ 157,4 milhões no ano passado, ampliando as perdas em 23,6% em relação ao prejuízo de 2022 (R$ 127,3 milhões).

No informe financeiro, divulgado na terça-feira, 26, a empresa diz que o prejuízo “foi impactado principalmente pelo aumento em depreciações”. Inclusive, o indicador de depreciação e amortização aponta alta de 28,7% em 2023, na comparação com o ano anterior, chegando a R$ 201,9 milhões.

Segundo a Alares, tais gastos foram afetados pelos investimentos em expansão de rede e infraestrutura, tendo em vista os esforços envidados para transferir os assinantes de banda larga fixa de conexões coaxiais para fibra. “O aumento de depreciação reflete investimentos realizados em anos anteriores, como por exemplo overlay de rede FTTH sobre a rede legada HFC e migração da base de clientes de HFC para fibra óptica”, explica o provedor.

Receita

Em 2023, a Alares registrou receita líquida de R$ 567,9 milhões, alta anual de 13,1%. De acordo com o provedor, o resultado foi impactado positivamente pela aquisição da Webby, além do aumento de 13% na receita média por usuário (ARPU) de novas instalações.

A empresa também tem adotado “maior seletividade de clientes em seus filtros de crédito”, o que permitiu, sobretudo no quarto trimestre, reduzir o churn (rotatividade de clientes) involuntário em 7%. Já os investimentos em rede, visando à melhoria dos serviços prestados, afetaram positivamente o churn voluntário em 12% no mesmo período.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) ajustado avançou 25,6% em 2023, atingindo R$ 220,2 milhões. A margem subiu 3,9 pontos percentuais (p.p.), chegando a 38,8%.

“A evolução deste indicador foi impulsionada por diversas iniciativas que impactaram positivamente o ganho de margem da Alares, como novos produtos e right planning da base, a digitalização de base de clientes, renegociação de contratos com fornecedores, aumento de produtividade nos processos (redução de HC/cliente), consolidação de sites (redução do número de imóveis locados) e maior eficiência fiscal”, afirma a empresa.

O balanço ainda mostra que o capex totalizou R$ 193 milhões em 2023, abaixo do registrado no ano anterior. A dívida líquida, por sua vez, somava R$ 924,2 milhões ao fim do ano passado, sendo composta por empréstimos bancários, aquisições a pagar e caixa líquido.

Operacional

A Alares encerrou 2023 com 629 mil assinantes de banda larga fixa. A base foi incrementada por 121 mil clientes no ano passado, sendo 115 mil (95%) oriundos da Webby, especificamente no sul do estado de São Paulo e no norte do Paraná.

Com expansão orgânica e aquisição do provedor, a rede da Alares avançou para mais 65 cidades ao longo do ano passado – no total, tem cobertura em 179 municípios espalhados por sete estados (PR, SP, MG, BA, CE, RN e PB). Segundo o balanço, quatro cidades já tem disponibilidade da tecnologia XGS-PON.

Os home passeds (casas e empresas que podem assinar o serviço de banda larga fixa) chegaram a 2,5 milhões, com um incremento de 723 mil em 2023. No geral, a rede totaliza 23 mil km de extensão.

Quarto trimestre

Entre outubro e dezembro do ano passado, a receita líquida da Alares atingiu R$ 172,1 milhões, registrando alta de 39,7% em relação ao mesmo período de 2022. O EBITDA ajustado somou R$ 74,6 milhões, representando um crescimento de 54,3% ante o quarto trimestre do ano anterior. A margem ficou em 43,3%, avançando 4,1 p.p. na comparação interanual.

No último trimestre de 2023, houve prejuízo líquido de R$ 70,3 milhões. As perdas aumentaram 216%, tendo em vista que no quarto trimestre de 2022 o provedor tinha apurado um prejuízo de R$ 22,2 milhões.

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