Cisco aposta no crescimento da unidade de soluções

Para o presidente da Cisco no país, Laércio Albuquerque, momento em que a maior parte da receita virá de soluções, e não da venda de hardware, se aproxima.

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A Cisco está preparando terreno para, em um ou dois anos, ser uma empresa que fatura mais com serviços e software do que hardware. A companhia norte-americana, famosa pelos roteadores e switches, anunciou em abril uma série de atualizações em seus produtos de colaboração em nuvem.

Os produtos repaginados chegam ao país aos poucos, a partir deste mês, até junho. A companhia liquidou a marca Spark, e agora toda sua plataforma de colaboração se chama Cisco Webex. A interface dos sistema para reuniões, Webex Meetings, está sendo atualizada para os usuários, assim como a dos sistemas Webex Teams.

Quem já tinha os aparelhos de telepresença receberá atualizações e acesso gratuito a novos serviços, como o Webex Assistant – a inteligência artificial criada pela Cisco, que atende a comandos naturais em uma reunião online.

A companhia também vai começar a vender no Brasil um adaptador portátil (Webex Share) capaz de transformar qualquer televisor em um terminal conectado aos serviços Webex. O objetivo é facilitar que todo e qualquer aparelho rode a plataforma, atualmente compatível com PCs, Macs, tablets e smartphones Android e iOS, e até centrais multimídia de carros da marca Ford.

Futuro próximo

Laércio Albuquerque (foto), presidente da Cisco no Brasil, diz que todos os esforços têm a intenção de direcionar o grupo a uma nova forma de geração de receita. “Já estamos com 33% da receita mundial vindo da unidade de soluções (software e ofertas recorrentes). Em 2016, a proporção era de 20%, com 80% vindo do hardware”, ressalta.

Segundo ele, o momento da virada está próximo e a decisão de integrar as soluções sob uma única marca, que reunirá plataforma de colaboração já com recursos avançados de segurança, será grande responsável por catalisá-la.

As compras fazem parte do projeto. A aquisição mais recente, da Accompany, startup criadora de uma solução de inteligência de mercado, custou US$ 270 milhões e foi anunciada na terça-feira, 1 de maio. Amy Chang, CEO da startup, será a nova presidente da unidade de colaboração da Cisco.

O negócio deve resultar na adição de novo recurso ao Webex Teams, que apontará para os participantes de uma reunião o quão envolvido cada um está no projeto em andamento.

Outra compra recente, da Broadsoft, também surte efeito. A Broadsoft foi completamente integrada – inclusive a subsidiária brasileira. Os serviços para call centers passaram a fazer parte do Webex Calling, um dos produtos repaginados pela Cisco, para realização de chamadas IP e videochamadas.

 

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Rafael Bucco

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