91% dos docentes apontam falta de dispositivos para acessar internet em casa, diz TIC Educação

Segundo a pesquisa, falta de dispositivos foi relatada por 91% dos professores nas escolas públicas e por 61% em escolas privadas. Defasagem no aprendizado permanece como desafio
A pesquisa TIC Educação foi divulgada hoje, 12, pelo Cetic.br

A falta de dispositivos e acesso à internet nos domicílios dos alunos foi relatada por 91% dos representantes de escolas públicas e por 61% dos que dão aula em escolas privadas, conforme pesquisa TIC Educação, do Cetic, divulgada hoje, 12.Quando analisada mais de perto, 92% dos que informaram esse obstáculo lecionam em áreas rurais enquanto 84% na área urbana.  A falta de habilidade dos docentes para realizar atividades educacionais com os alunos com o uso de tecnologias foi apontada por 69% do corpo docente de escolas públicas e por 64% de instituições privadas.

A experiência das escolas durante o primeiro ano de pandemia não resolveu alguns problemas básicos do acesso à educação no país. A pesquisa TIC Educação 2021, foi realizada pelo Cetic.br no segundo semestre do ano passado e início deste ano, mostrou que alguns obstáculos permaneceram, como a questão da falta de conectividade para o acesso à internet, principalmente em áreas rurais, e o esforço do corpo docente em educação continuada para  dominar as tecnologias digitais a fim de fazer melhor uso delas na comunicação com os alunos. A preparação dos pais e responsáveis para apoiarem atividades online ou híbridas também foi citada pelos participantes do levantamento.

97% dos entrevistados afirmaram ter utilizado a internet na realização de atividades educacionais. Desses professores, 94% tiveram acesso à rede em casa, 75% acessaram na escola, 15% na casa de outras pessoas, 11% em local público com acesso gratuito, 9% em lugares com conexão paga e iguais 9% para quem utilizou o acesso público e gratuito como bibliotecas, telecentros ou associações comunitárias.

Defasagem de aprendizado 

93% dos professores que participaram da pesquisa consideram que um dos desafios enfrentados a partir da pandemia é a defasagem na aprendizagem dos alunos. Algumas medidas de reforço foram tomadas em relação a isso, como combinação de aulas de recuperação presenciais e remotas com o uso de tecnologias digitais, observada por 68% nas escolas estaduais, 64% nas privadas e 50% nas municipais. Segundo 22% dos professores municipais, nenhuma atividade foi adotada, um percentual que cai para 16% nas estaduais e 14% no setor privado.

As escolas municipais e estaduais se utilizaram mais de aplicativos de mensagem instantânea para esclarecer dúvidas de alunos em aulas remotas ou híbridas. Os percentuais são 95% para as escolas públicas (municipal e estadual) contra 76% nas instituições privadas. As redes sociais foram utilizadas como instrumento para isso por 47% no ensino estadual, 30% nas escolas pagas e 29% nas municipais. O telefone foi um grande instrumento nas escolas do município (93%) e as estaduais atingiram 75% e particulares marcaram 68% nessa atividade. Envio das atividades impressas preenchidas pelos alunos foi a alternativa de 96% das estaduais, 94% das municipais e 86% das particulares, item que confirma a carência pelos dispositivos digitais de internet dos estudantes.

Celular

O telefone celular continuou sendo a grande estrela na comunicação com os alunos, embora não existam dispositivos de acesso à internet nas casas. 93% dos que participaram da pesquisa utilizaram esse dispositivo, enquanto 84% também se conectaram via computadores portáteis, 44% com computadores de mesa e 11% com tablets. O celular, por sinal, foi o uso exclusivo de 12% dos professores que lecionam em áreas rurais. Segundo 74% dos respondentes, o aparelho utilizado era de uso exclusivo do professor, para 23% era compartilhado com outros moradores do domicílio e 2%usou aparelhos emprestados ou foram a outros lugares fora de casa para poderem utilizar o aparelho.

A realização de ações por parte dos professores ou da comunidade escolar para apoiar os alunos mais vulneráveis durante a pandemia foi confirmada por 29% dos professores, dos quais 31% lecionam em áreas urbanas, 38% ensinam em escolas estaduais. 51% dos que ofereceram atividades com esse fim trabalham em escolas localizadas nas capitais.

Na visão dos professores, eles tiveram aumento da carga de trabalho. Esse é o cenário dado por 86% do corpo docente de escolas públicas e 82% nas escolas privadas. A dificuldade dos pais e responsáveis para apoiar alunos das atividades escolares foi retratada por 95% dos professores de escolas públicas e 88% em instituições privadas.

 

 

 

 

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Wanise Ferreira

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