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RNP planeja distribuir 100 mil chips neutros a estudantes da rede pública neste ano

Ainda em fase piloto, programa Internet Brasil deve começar a escalar em junho; meta é chegar a 700 mil alunos matriculados em turmas do 3º ao 9º ano do ensino fundamental em 2024
RNP planeja entregar 100 mil chips neutros a alunos do ensino fundamental em 2023
RNP quer entregar 100 mil chips neutros até o fim de 2023 (crédito: Freepik)

A Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) planeja começar a escalar o programa Internet Brasil, por meio do qual distribui chips neutros a alunos do 3º ao 9º ano do ensino fundamental da rede pública, a partir de junho deste ano. A previsão é atingir 100 mil estudantes até o fim de 2023.

A fase de testes do programa deve ser concluída neste trimestre, informou o diretor-geral da RNP, Nelson Simões, ao Tele.Síntese, nesta quarta-feira, 29, durante o 10º Encontro de Fornecedores e Parceiros da organização social, realizado em Campinas (SP). A expectativa é de que os primeiros resultados sejam divulgados até o fim do mês de abril.

“A avaliação do uso é muito boa, não tivemos nenhuma dificuldade de integração e ativação [dos planos de dados]”, assegurou Simões. “Espero que, antes do final desse quadrimestre, possamos divulgar alguns resultados”, acrescentou.

A previsão era de que 10 mil chips fossem distribuídos durante a etapa experimental. No entanto, menos de 6 mil foram entregues a alunos de famílias inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico).

De todo modo, a quantidade inferior à prevista inicialmente não deve atrapalhar a avaliação sobre o programa, indicou o diretor-geral da RNP. Segundo Simões, a quantidade máxima do projeto-piloto não foi atingida em razão do processo de qualificação de alunos e famílias para participar do programa, e não por falta de chips.

Além disso, o diretor-geral indicou que a organização social deve tomar a decisão de ampliar o programa após a avaliação do Ministério das Comunicações. A RNP ainda avalia estender o benefício para familiares de alunos do ensino fundamental.

“O teste está sendo feito com alunos de educação básica, mas a ideia é que isso possa ser uma política pública para favorecer famílias que estão inscritas no Cadastro Único na faixa de vulnerabilidade”, pontuou.

Ampliação do programa

Hélder Vitorino, gerente de serviços da Diretoria de Serviços e Soluções (DSS) da RNP, explicou que, após a validação dos resultados obtidos na Prova de Conceito (PoC), a intenção da RNP é começar a ampliar o alcance do benefício, chegando a 100 mil alunos ainda neste ano e a 700 mil estudantes em 2024.

Além disso, a RNP quer viabilizar um modelo de saída do programa para alunos concluintes do 9º ano. Desse modo, em vez de ficarem sem acesso à rede, pois já não fariam mais parte do grupo coberto pelo Internet Brasil, os jovens poderiam contar com ofertas diferenciadas dos provedores. O gerente destacou que, em geral, 100 mil alunos devem entrar e outros 100 mil, sair do programa todos os anos.

“A ideia não é ser [um serviço] a preço de mercado. Em tese, estaremos entregando 100 mil alunos que, acostumados à internet, vão querer continuar com os planos. Os MVNOs, então, poderiam criar uma oferta diferenciada para retê-los”, apontou.

Vitorino também ressaltou que o orçamento inicial da iniciativa (R$ 139,5 milhões) dá conta de prover 550 mil chips até meados de 2024. Desse modo, a intenção da organização é buscar parceiros interessados em prover recursos para viabilizar o restante, tendo em vista a quantidade total almejada.

“Até aqui, os recursos vieram da União, mas a intenção é expandir para outras fontes, como até mesmo as operadoras”, afirmou.

Para o futuro, a RNP ainda planeja que o programa inclua distribuição de conteúdo para formação profissional e aprimoramento em competências digitais, sem o consumo da franquia de dados.

*O jornalista viajou a Campinas a convite da RNP

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