Private equity na AL movimenta mais de US$ 25 bilhões

Brasil representou a maior fatia desse montante, com 60% do total das operações realizadas no ano passado na América Latina.
Private equity na AL movimenta mais de US$ 25 bilhões - Crédito: Freepik
Crédito: Freepik

A indústria de private equity na América Latina movimentou em 2021 um montante de US$ 25 bilhões considerando os 50 maiores fundos de investimento praticamente atingindo o valor recorde de 2019, US$ 27 bilhões – sendo o Brasil responsável por 60% do total das operações realizadas no período. É o que mostrou o relatório Global Private Equity Report 2022, divulgado pela Bain & Company. De acordo com o documento, o volume de investimentos privados realizados pelos 50 maiores fundos de investimentos no ano passado foi mais que o dobro do visto em 2020, e registrou um crescimento de 55% acima da média do observado nos últimos cinco anos – atingindo o segundo maior patamar da história.

De acordo com o levantamento da Bain, do total de investimento realizados na região pelos 50 maiores fundos de investimentos em 2021, mais da metade (59%) foi destinado para compra de uma fatia minoritária do controle acionário. Em aquisições, por sua vez, esse volume representou 22% das operações. As demais foram ofertas públicas iniciais (IPO) e processos de privatização, com 12% e 8%, respectivamente.

O relatório destacou ainda que os setores mais buscados pelos fundos de private equity foram serviços financeiros (24%), transportes (13%) e varejo/bens de consumo (12%). A Bain destacou no estudo que o volume de saídas (exits) dos 50 maiores fundos de investimentos também registrou recorde na América Latina em 2021, somando US$ 8,5 bilhões, 29% superior ao observado no ano anterior. O Brasil foi responsável por 89% dessas operações, o que, de acordo com o documento, mostra a relevância do país como principal motor da região para investimentos privados.

Segundo a Bain & Company, o cenário mundial de liquidez abundante e a janela de oportunidade de aportar recursos em empresas com alta atratividade de retorno fizeram com que os fundos de private equity acelerassem o passo nesses investimentos. Com um volume recorde de capital não alocado, os investidores de private equity se depararam com as condições ideais para comprar e vender empresas.

O estudo da Bain mostrou, porém, que o volume de capitais ainda não alocados (dry powder) em poder dos fundos da América Latina totalizou US$ 14 bilhões em 2021, valor similar ao de 2011 o que representa uma estabilidade do Dry power no Brasil apesar do aumento de liquidez no mundo. No período, o maior declínio foi observado em fundos de buyout, que recuaram 56%. Os fundos de infraestrutura, por sua vez, apresentaram um crescimento expressivo nesse mesmo período, com expansão de 145%.

Para 2022, o relatório ressalta que o ano apresenta uma série de novos desafios para a indústria de private equity em razão dos impactos econômicos gerados pela crise do Covid e agravados pelo conflito entre Rússia e Ucrânia. O conflito vem gerando pressões inflacionárias significativas em todo o mundo, tanto nos preços de commodities e outros insumos como energia. Isso eleva custos para produtores, que acabam repassando para os consumidores. Além disso, ainda vemos certa instabilidade das cadeias globais de distribuição pelo recrudescimento da covid-19 em países como China.

(com assessoria)

 

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Redação DMI

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