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Qualcomm começa vender chip feito no Brasil em 2021

Fábrica em Jaguariúna começa a operar até o final de 2020, mas venda dos QSips começa em 2021

A Qualcomm começará a comercializar sua primeira linha de chips para celulares fabricados no Brasil no início de 2021, e não mais em 2020, conforme anunciou Rafael Steinhauser, presidente da Qualcomm América Latina, durante a Futurecom 2019.

Após negar as especulações de que o projeto da fábrica estaria congelado em função do momento político e econômico do país, ele afirma que a unidade fabril localizada em Jaguariúna, São Paulo, entrará em operação até o fim de 2020, como previsto inicialmente. Com investimento estimado em US$ 200 milhões ao longo de cinco anos, a fábrica deverá gerar cerca de 800 a mil empregos no país.

Os chips Snapdragon SIP SDM 632 e Snapdragon SIP S6125 foram reconhecidos, no último dia 21, pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações (MCTIC) como componentes eletrônicos desenvolvidos no país. Isso significa que a produção dos componentes no Brasil poderá atender o Processo Produtivo Básico (PPB), isentando o fabricante de tributações, o que torna os chips competitivos em preços para embarcar smartphones no país. O Snapdragon é a nova placa “tudo-em-um” da Qualcomm, que integra CPU, GPU, memórias e modem (2G/3G/4G).

Impacto 5G

Em um mundo onde tudo e todos estão virtualmente conectados de forma inteligente, a demanda velocidade no tráfego de dados e  baixa latência irá aumentar.

“O impacto do 5G será muito maior do que o 3G e o 4G e o Brasil não pode ficar atrás dessa revolução”, explica Steinhauser. Segundo ele, a tecnologia 5G está baseada em três pilares: aumento de banda larga, massificação da internet e confiabilidade e baixa latência da rede.

“A segurança oferecida nas transações tornará possível a conexão entre robôs e a comunicação entre carros, a baixa latência permite robustez suficiente para garantir à indústria o uso de wireless com total segurança. Portanto, vem aplicações por aí que nem imaginamos”, explica.

Licitação Brasil

Existem várias modalidades de licitação da tecnologia 5G, que está lidando com dois itens escassos: frequência e capacidade financeira. A Qualcomm torce para que o Brasil não opte pelo caráter arrecadatório, mas sim pela cobertura, para não haver impactos na capacidade de investimento das operadoras, segundo Francisco Soares, diretor de relações governamentais da Qualcomm América Latina.

Na sua opinião, a Anatel estudou bastante para fazer a proposta de licitação da 5G. “Estamos agora no processo de consulta pública e a Qualcomm vai trabalhar duro nessa fase”, diz.

Em  países que já contam com a tecnologia 5G, tem sido comum as redes privadas entrarem em operação antes das redes públicas. “A indústria nos Estados Unidos e Japão já começa a pressionar seus respectivos governos para montar redes em suas próprias fábricas”, explica Soares.

Um fabricante de automóvel, por exemplo, pode comprar uma frequência 5G e colocar redes privadas. Para isso basta comprar sistema 5G, ou seja, o equipamento com o provedor de infraestrutura. As próprias operadoras de telefonia celular têm dedicado parte dessa rede para network slicing. Na sua opinião, não haverá competição entre a rede privada e a rede pública, uma vez que é possível operar na banda 28GHz, considerada a rede básica para 5G.

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