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Telefonia móvel

Brisanet vai investir R$ 550 milhões em 5G e lançar FWA em 2024

Operadora planeja chegar a 300 cidades até o fim do ano, alcançando uma área de cobertura de 14 milhões de habitantes; após Fortaleza, Natal será a próxima capital a receber o serviço celular da empresa
Brisanet planeja investir R$ 550 milhões em 5G e ofertar banda larga FWA em 2024
José Roberto Nogueira, CEO da Brisanet, em conferência de resultados; expandir rede 5G para mais capitais, incluindo Natal, e ofertar FWA estão nos planos para este ano

Operadora entrante da telefonia móvel, a Brisanet vai escalar os investimentos em 5G neste ano. A empresa planeja investir R$ 550 milhões na rede de quinta geração e, até o fim de 2024, ativar o serviço celular em 300 cidades.

Levar a rede 5G para mais capitais e lançar o FWA, o serviço de banda larga fixa via sinal móvel, também estão nos planos da operadora, informou José Roberto Nogueira, fundador e CEO da Brisanet, nesta quinta-feira, 21, em conferência com analistas de mercado após a divulgação dos resultados financeiros de 2023, período em que o lucro da companhia cresceu 160%.

Atualmente, a rede 5G da Brisanet cobre 70 cidades do Nordeste, em uma área de 5 milhões de habitantes. Até o momento, Fortaleza é a única capital com sinal ativo. A expansão prevista para este ano deve levar o serviço celular para uma área de cobertura de 14 milhões de pessoas.

O nosso 5G já está em construção em Natal. Vamos ter mais capitais neste ano, mas, estrategicamente, ainda não vamos anunciar”, disse o CEO da operadora.

No ano passado, a Brisanet investiu R$ 132 milhões na rede de quinta geração. Ao todo, os desembolsos em 5G, até dezembro de 2023, somam R$ 411 milhões. Isso significa que os R$ 550 milhões previstos para esse ano vão acelerar a expansão da rede celular – até 2027, a empresa prevê investir R$ 2 bilhões em 5G somente no Nordeste.

“Nosso backbone cobre 35 milhões de habitantes – e o 5G se beneficia disso. A Brisanet vai fazer capex apenas na torre, e não mais em backbone, o que é uma vantagem competitiva muito grande”, destacou Nogueira.

O CEO reforçou que a empresa quer se adiantar em relação aos compromissos definidos no edital do 5G. Se fosse seguir o que foi definido na licitação das frequências, a companhia teria que desembolsar R$ 20 milhões neste ano para construir a rede, montante bastante inferior ao projetado.

“Estamos fazendo [ativando rede móvel] em cidades grandes e pequenas. Quando chegar o primeiro ano do nosso compromisso [2026], estaremos dois anos adiantados”, ressaltou.

Conforme o balanço de resultados, a Brisanet ativou 10,5 mil chips em fevereiro. A base de telefonia móvel, assim, chegou a 34,6 mil clientes.

Experiência

Nogueira informou que a empresa tem ofertado planos móveis pós-pagos de R$ 29,90 por mês, mirando consumidores de baixa renda. A ideia é trazer clientes pré-pagos de outras operadoras para o 5G da Brisanet.

“Neste momento, não vamos buscar exagerar além dos R$ 30, mas mais para frente vamos buscar as classes A e B”, indicou o CEO. “A empresa quer entender, sentir mais o usuário. É um mundo novo para a Brisanet”, acrescentou.

De todo modo, Nogueira enfatizou que a companhia busca se diferenciar na experiência do cliente. A empresa, segundo ele, se compromete a entregar uma cobertura móvel que se estenda por 100% do território das cidades, de modo que o usuário não fique sem sinal na rua ou dentro de casa. Também tem investido em rádios mais modernos, por meio dos quais celulares sem capacidade para o 5G terão um sinal 4G reforçado.

“Recebemos um feedback de que o cliente está até desligando o WiFi de casa, ficando de modo permanente no celular”, afirmou o executivo.

Fibra e FWA

A Brisanet também planeja seguir investindo em banda larga fixa. Os aportes para FTTH (fibra até a casa) devem totalizar R$ 250 milhões neste ano. A companhia quer aproveitar a capilaridade da rede fixa para ofertar combos com a telefonia móvel. No momento, o serviço celular está ativo numa área em que a empresa tem 500 mil assinantes de internet fixa.

No entanto, em áreas em que a operadora não tem infraestrutura de banda larga fixa via fibra óptica, planeja lançar ofertas de FWA. “Nas cidades em que a Brisanet não tem fibra e já instalou torres de 5G – e neste momento está começando só com chip –, vai entrar com o FWA, em substituição à rede de fibra”, sinalizou o CEO.

ClientCo da Oi

Questionado por analistas sobre a oferta da base de clientes de fibra da Oi, Nogueira afirmou que “a Brisanet não tem interesse na ClientCo” e que o “propósito sempre foi construir e operar a nossa rede”.

Além disso, avaliou que a empresa que eventualmente comprar a carteira de clientes de banda larga fixa da tele terá um custo maior para ativação de clientes, tendo em vista que a infraestrutura de conexão é da V.tal.

“Rede neutra tem um custo de acesso elevado. Quem fizer a aquisição dos clientes da Oi vai continuar pagando o acesso, que, acredito, vai ser bem maior do que o nosso”, conjecturou.

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