Primeiro trecho do projeto Piauí Conectado será lançado em janeiro

O primeiro trecho vai interconectar seis municípios a partir de Teresina em direção a região Norte, cobrindo 30% da população do estado e agindo 456 pontos públicos com velocidade mínima de 30 Mbps

Se toda a burocracia for encerrada neste mês de dezembro como está previsto, a SPE Piauí Conectado, uma PPP criada especialmente para desenvolver o projeto, vai lançar seu primeiro trecho em janeiro. Com 570 km, este trecho, que deverá estar pronto até abril, vai interligar Teresina a Luís Correa, no Norte do estado, passando por Parnaíba, Piripiri, Campo Grande e Ilha Grande. Vai conectar 456 pontos públicos, quase um terço dos 1.500 pontos públicos que serão atendidos por todo o projeto, que deverá estar concluído ao final de 24 meses.

Lançado em 2015 pelo governo Wellington Dias, o projeto passou por muita discussão e resultou numa modelagem econômica bastante particular de PPP, na qual, segundo relatou Avelyno Rodrigues (foto), diretor geral da Agência de Tecnologia da Informação do Estado do Piauí, durante o Encontro Provedores Regionais, realizado hoje, 4, em Teresina, todo o investimento é feito pelo parceiro privado. A licitação pública lançada pelo estado foi disputada por dois grandes provedores regionais, a GlobalTask, de Campo Grande, MT, e a Wirelink, de Fortaleza, Ceará. Venceu a primeira, do grupo H.Par Participações S.A., que é o controlador da SPE Piauí Conectado.

Para construir a redes de 5 mil km de fibra óptica, sendo 4 mil de backbone (2 mil km enterrados e 2 mil km aéreos), interligando 96 dos 224 municípios do estado, onde vivem 80% da população, serão investidos R$ 214,681 milhões, que o sócio privado terá que obter em financiamentos, recursos próprios e colocação debêntures incentivadas. De seu lado, pelo contrato assinado, o estado vai pagar pelo serviço prestado pela PPP. Mas este pagamento, explica Edson Luís Ribeiro da Silva, presidente da H.Par, é escalonado no tempo, chegando a R$ 4.182,00/mês por ponto quando os 1.500 pontos estiverem conectados. Hoje, segundo Rodrigues, da ATI, o Piau tem contrato com a Oi e um provedor local no valor total de R$ 2,6 milhões/mês para o fornecimento das conexões a menos de mil pontos. “A migração dos contratos atuais para a SPE será paulatina”, informou.

Para o diretor geral da ATI, o projeto Piauí Conectado vai representar uma revolução para o estado em termos de conectividade. Hoje, não só falta conexão nas unidades públicas, como a qualidade é muito ruim. “Ainda temos pontos com 512 kbps e até o ano passado tínhamos 256 kbps. A maior velocidade que temos é 30 Mbps. Com o Piauí Conectado, vamos aumentar em 50% o número de unidades públicas conectadas à rede, a velocidade mínima vai ser de 30 Mbps, com uma rede de 60 Gbps com capacidade para chegar até 8 Teras”, informa ele.

Backbone

Enquanto não constrói o backbone próprio, a SPE Piauí Conectado vai usar rede de terceiros. Para ativar a primeira fase do projeto, o presidente da H.Par disse que a empresa firmou acordo com a Eletronet, que vai levar o link fornecido pela Century Link de Fortaleza até Teresina. A rede da Eletronet também chega às cidades de Piripiri e Campo Maior. Já para atender Parnaíba, a empresa negociou capacidade com um provedor local. “Paralelamente, vamos construir nosso backbone”, relata o sócio privado do projeto. Parte dos fornecedores está definida: a fibra vai ser fornecida pela Furukawa e os sistemas GPON pela ZTE. De acordo com Rodrigues, da ATI, ainda não foi escolhido o fornecedor dos sistemas DWDM, de transmissão óptica, para o backbone.

Para implantar a rede, a SPE Piauí Conectado já conseguiu acordo com o DER relativo ao direito de passagem nas rodovias federais, mas ainda aguarda sinal verde da Secretaria de Transporte estadual. Em relação aos postes, com a venda de ativos da Eletrobras no estado para a Equatorial, o convênio da ATI para uso dos postes vai ter que ser renegociado. “Estamos aguardando a nova diretoria”, explica Silva, da H.Par. Mas executivos da SPE estão confiantes de que chegarão a um acordo.

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Lia Ribeiro Dias

Seu nome, trabalho e opiniões são referências no mercado editorial especializado e, principalmente, nos segmentos de informática e telecomunicações, nos quais desenvolve, há 28 anos, a sua atuação como jornalista.

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