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Leilão

Em audiência do GT 5G da Câmara, preço do serviço é foco de preocupação

Idec e LCA apontam que política pública tem que ser calibrada para não onerar o consumidor final e permitir a massificação do 5G

A preocupação com a possibilidade do 5G ter alto custo para o consumidor foi um dos focos do evento “Custo econômico, escolhas tecnológicas e impactos sobre operadoras e consumidores”, realizado nesta terça, 11, na Câmara dos Deputados.

Com mediação da deputada Perpétua Almeida (PCdoB – AC) e do deputado Vitor Lippi (PSDB – SP), a live reuniu Diogo Moyses, Coordenador do Programa de Telecomunicações e Direitos Digitais do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC); Claudia Viegas, Diretora da área de Economia do Direito da LCA Consultores; Raúl Katz e Sebastián Cabello, autores do Relatório da Telecom Advisory Services sobre os impactos da Tecnologia 5G na economia latino-americana.

Moyses pediu uma política de popularização do 5G ao expor o quadro “Problemas que o 5G pode trazer”. Preços proibitivos de dispositivos para o consumidor foi o primeiro item citado.

“Atualmente, um dispositivo para receber 5G não sai por menos de 3 mil reais”, falou o representante do IDEC.

“Preços mais altos para os serviços de acesso podem encarecer cerca de 20% o custo final”, continuou ele, que ainda apontou a “possibilidade de aumento das desigualdades”.

Para evitar que o 5G seja um artigo de luxo para o consumidor, apontou outras medidas a serem tomadas na transição para o novo dispositivo: “Acertar compromissos de negócios do 4G que ainda estão indisponíveis para a maioria da população e estimular as pequenas prestadoras, que operam onde não há interesse comercial das grandes.”

“A expansão do 5G vai ter um aumento inicial de custos que não tem como fugir. Temos, sim, que conectar coisas, mas devemos garantir ao consumidor internet de qualidade”, disse.

Claudia Viegas também falou em baixar custos, mas com foco no 5G em si, por si só já um dispositivo com essa função. “Com economia debilitada, 5G oferece salto de produtividade”, disse a economista. Ela reforçou o discurso de que o 5G tem que ser tratado como prioridade, e fez um comparativo.

“Se o cidadão perde 82 minutos, em média, por dia em congestionamentos, esse tempo improdutivo de horas não trabalhadas gera uma perda de R$ 300 bilhões ao ano. Daria R$ 1 trilhão ao PIB, 13,6 milhões de empregos, R$ 9,8 bilhões em tributos e R$ 179 bilhões em salários. Então o ideal é disponibilizar 5G ao menor prazo e preço possíveis, para massificar o uso”, apontou Viegas.

Ela pede um leilão não oneroso, “sem viés arrecadatório e com premissas bem calibradas para otimização de investimentos.

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