Preço dos bens reversíveis será “muito baixo” em 10 anos, diz Navarro, da Telefônica

CEO da Telefônica Vivo afirma que a companhia está aberta ao diálogo sobre a avaliação do preço dos bens. Diz, também, que PLC 79 terá impacto positvo no caixa.

Foto: Felipe Canova Gonçalves

O CEO da Telefônica Vivo, Eduardo Navarro, falou hoje, 25, a analistas de mercado que se diz confiante quanto à aprovação do PLC 79/2016. O projeto de lei depende de uma decisão do presidente da Casa, Eunício Oliveira, sobre sua tramitação. Seja qual for o sentido, Navarro espera um movimento em breve.

O executivo contou que o PLC é importante para rever o modelo de telecomunicações brasileiro, e que o resultado de sua aprovação seria benéfico não só para a operadora, mas, a seu ver, para a sociedade. No caso dos negócios, o texto teria impacto imediato sobre o fluxo de caixa da tele.

Ele afirmou, no entanto, que existem pontos ainda passíveis de debate, como a valorização dos bens reversíveis. “Estamos abertos ao debate sobre o preço desses bens. Não queremos que estes bens sejam superavaliados. Achamos que apenas uma parte deveria ser reversível. E, em dez anos, o preço dos ativos fixos será muito, muito baixo. Temos que convencer a sociedade disso”, defendeu. Ele não detalhou, no entanto, em quanto avalia hoje, e quanto depreciarão, no futuro, tais bens.

TAC da Oi

Navarro comentou a recusa da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) ao termo de ajustamento de conduta da concorrente Oi. Segundo o executivo, não há motivo regulatório para a negativa, uma vez que a proposta do TAC era semelhante à da própria Vivo, já aprovada pela agência.

“A autoridade precisa ter certeza de que a operadora vai realizar o plano. Na Anatel e no TCU, eles não tiveram segurança de que a Oi entregaria os compromissos. Essa é a única razão para negar o TAC. Não vejo nenhuma outra razão para aprovarem o nosso, e não o deles. A Telefônica é capaz de entregar, e a Oi, neste momento, pode ter dificuldade”, explicou.

O executivo se mostrou desconfiado com a possível venda da Oi. Segundo ele, o momento é de o país ter certeza de que os investidores no mercado vão buscar valorizar as empresas locais. “Somos a favor de competição, é ótimo ter players saudáveis no mercado. O temor é que recebamos players que não sejam confiáveis, que não busquem retorno aos acionistas”, falou.

A Telefônica Vivo divulgou nesta quarta-feira, 25, seus resultados financeiros do terceiro trimestre. Apurou, no período, lucros 28% mais altos que um ano antes. Na conferência de resultados, Christian Gebara, COO da tele, deu detalhes sobre os planos de expansão em 4G e IPTV.

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Rafael Bucco

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