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Digital Money Meeting

Futuro das seguradoras passa por cuidados com o cliente e prevenção de sinistros

Especialistas apontam uso de tecnologia para antecipar sinistros e alertar clientes como negócio no futuro para as seguradoras
Digital Money Meeting 2023 - Quinto Painel - Palestrantes
5º Painel Digital Money Meeting: As transformações no mercado de seguros e o futuro das seguradoras.

Da mesma forma que o Open Banking está mudando o mercado bancário e o Open Finance, o de investimento, o Open Insurance está mexendo com velhos hábitos do setor de seguros. Baseado em ampla coleta e tratamento de dados públicos ou compartilhados entre empresas, inclusive em tempo real, a modalidade já leva seguradoras a planejarem produtos de prevenção de sinistros, em vez focar apenas na precificação e no equilíbrio atuarial dos prêmios.

Em painel realizado nesta quarta-feira, 12, no Digital Money Meeting, representantes de diversas empresas destacaram o papel pró-ativo que seguradoras ou corretoras terão na vida dos segurados em um futuro não muito distante. Há até quem já cumpra essa função, como é o caso da Pitzi.

Empresa focada em seguros para celulares, a Pitzi vê grande oportunidade para expansão de mercado. Com aporte de R$ 150 milhões, pretende tornar o seguro de celular algo comum na vida do brasileiro. “O mercado de seguros para smartphones atinge apenas 11% do total de smartphones em uso no Brasil. Nos EUA, 55%. Na Ásia, 80% das pessoas têm um seguro”, observa Tatiany Martins, Diretora comercial da Pitzi.

A oportunidade é enorme e há muito espaço para insurtechs e seguradoras, disse. No caso da Pitzi, a prevenção entra como prática para atração de clientes e fidelização. A seu ver, é fundamental oferecer um produto que se encaixa no momento do cliente e o atende no momento que ele precisa.

Ela diz que a empresa já busca uma visão holística do segurado para ajudar na prevenção de sinistros. “Nós já o acompanhamos e se vemos que está em um lugar onde acontecem muitos sinistros, mandamos mensagem para falar para ter cuidado e, ao mesmo tempo, se sentir seguro pois ele está garantido”, contou.

Bruno Alves, Diretor de Estratégia e Tecnologia da BB Seguros, concorda. Segundo ele, as seguradoras já têm uma base de dados que pode fornecer muitos insights para a oferta de novos produtos, sejam preventivos, sejam complementares.

Como exemplo, citou o serviço de limpeza de painéis solares para os clientes residenciais que usam energia solar. Este serviço aumenta a eficiência da geração de energia e, contou, reduziu o churn em 20% na BB Seguros entre os clientes que contrataram.

“O futuro do mercado de seguros é olhar para informações que já temos dentro de casa. Vai muito além de preço. O objetivo é entregar um produto que faça sentido para aquele cliente, ter uma estrutura de portfólio que possa se adaptar para cada necessidade”, resumiu.

Para Gustavo Leança, Líder de Soluções para Seguros na Capgemini Brasil, a palavra é conveniência. “A Capgemini fez uma pesquisa e chegou à conclusão de que o consumidor, principalmente no Brasil, quer pagar por um serviço de prevenção”, assegurou.

Ao mesmo tempo, o corretor vai ser cada vez mais exigido a ter uma visão mais ampla e a atuar como um marketplace de produtos que atendam cada necessidade.

O estudo da Capgemini reforça outro, feito pelo SAS, a respeito da prevenção de fraudes. Por este estudo da SAS feito ano passado, 90% das pessoas no mundo acham que as empresas que contratam devem fazer mais para protegê-los de fraudes. No Brasil, o número vai a 97%.

“O brasileiro é ávido por tecnologia e aceita compartilhar dados muitas vezes sem contrapartida, e se tiver contrapartida, melhor ainda. O Open Insurance vem nesse sentido, ajuda a evoluir o seguro para que ele se torne mais preventivo. No futuro acredito que a seguradora terá mais este papel, do que apenas cotar e entregar mais rápido o plano”, resume Ricardo Saponara, Líder da Prática de Prevenção à Fraudes, Abusos, Desperdícios e Crimes Financeiros para a região Américas do SAS.

A seu ver, seguradoras têm a ganhar com tecnologias mais ágeis de detecção de fraude, por liberar mais rapidamente o prêmio corretamente em casos de sinistro. Ao mesmo tempo, por lidarem com dados pessoais sensíveis, podem usar sistemas antifraude na hora de contratar funcionários e fornecedores.

O painel foi mediado por Carlos Augusto Oliveira, CEO da Certdox

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