Presidente da Anatel defende maior competição no mercado de celulares

Carlos Baigorri, presidente da Anatel, defende ação da agência para atrair mais fabricantes ao Brasil, resultando em queda de preços pela competição

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O presidente da Anatel, Carlos Baigorri, defendeu em evento na manhã desta terça-feira, 25, que a agência analise formas para trazer mais fabricantes de celulares ao Brasil. Durante a abertura do Seminário Conectividade Significativa: Um Novo Desafio para o Brasil, ele disse que o mercado local precisa de mais marcas e modelos à venda.

“Hoje no Brasil, quando pensamos nos celulares, temos pouca diversidade. No Brasil não temos aparelhos Huawei, Oppo, VIVO”, citou. A Huawei voltou ao mercado local em 2019, e Oppo entrou aqui em meados de 2022. Ambas as fabricantes têm participação pequena nas vendas. As marcas mais vendidas no Brasil são Samsung, Motorola e Apple.

Para Baigorri, tradicionalmente o Poder Público pensa em baratear equipamentos por meio de incentivos tributários. A seu ver, porém, podem existir alternativas regulatórias.

“Quando a gente pensa em baratear o device, a gente pensa em isenção tributária. Mas queria pedir ao Caram [Vinícius Caram, superintendente da Anatel] analisar como trazer mais competição para esse mercado, como trazer mais fornecedores, para que as forças do mercado façam com que o custo dos aparelhos seja mais acessível e fazer com que essa barreira, que é ter o device, seja superada”, falou o presidente da Anatel.

Uma nova fase na Anatel

Baigorri afirmou que a Anatel de agora deve ser diferente da agência criada há 25 anos, que passou todos esses anos concentrada em ampliar a infraestrutura de telecomunicações no país. Segundo ele, existem 8,5 mil localidades ainda sem rede, mas no resto do país, a maioria da população vive onde há rede.

“Para todo o restante da população que já tem conectividade, o desafio [do Poder Público] é outro, é garantir que quem tem o acesso possa efetivamente utilizar o serviço de forma plena e segura”, defendeu.

Ter um celular é uma das barreiras, falou, daí a preocupação e trazer mais competição e baixar o preço. Outra preocupação, falou, é aumentar o conhecimento das pessoas em relação ao uso da internet.

“[A falta de] Letramento digital é a principal razão para alguém não acessar a internet hoje. Isso traz a reflexão de que precisamos sair do modelo de construir redes e levar as pessoas a usar as redes que foram construídas”, finalizou.

O Seminário Conectividade Significativa: Um Novo Desafio para o Brasil acontece no auditório da agência, em Brasília, e vai até amanhã, 26. É organizado conjuntamente pela Anatel e pelo Bando Interamericano de Desenvolvimento (BID).

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Rafael Bucco

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