Para Cisco, IoT é o novo ponto de inflexão na transformação digital

De acordo com dados da empresa, 70% das companhias já usam dispositivos de IoT em processos internos

 

Laercio Albuquerque, presidente da Cisco do Brasil

A Internet das Coisas não é uma tecnologia no futuro, mesmo no Brasil. Na visão da Cisco, internamente cerca de 70% das empresas já recorrem a dispositivos conectados em alguns de seus processos. “Temos inúmeros exemplos de usos no agronegócios, em cidades na área de segurança pública e de iluminação pública, na indústria. E por conta da escala, onde cada device conectado é uma brecha na segurança da rede, as empresas têm que se preocupar em adotar plataformas eficientes, robustas, autônomas e seguras”, disse Laercio Albuquerque, presidente da Cisco do Brasil.

A empresa, que realiza o Cisco Connect em São Paulo, apresentou hoje, 19, a jornalistas e analistas uma visão das suas principais tecnologias para suportar o crescimento da IoT, a necessidade de as empresas aumentarem a produtividade e melhor entenderem o cliente e até mudarem o foco do negócio. “40% das empresas tradicionais vão desaparecer em cinco anos”, comentou Adriano Gaudêncio, diretor de Arquitetura e Soluções da Cisco do Brasil.

O portfólio de soluções da Cisco “envolve conectar tudo com segurança para fazer as coisas acontecerem de forma simples”, disse Gaudêncio. Entre elas, está a rede intuitiva, lançada há um ano. Trata-se de um novo conceito de rede para fazer frente aos movimentos que tornam ampliam as possibilidades de ataques: mais devices conectados com a mobilidade e o crescimento da IoT, mais empresas usando a nuvem (o universo deve chegar a 94%). As estimativas indicam que os ataques cibernéticos vão representar perdas de US$ 6 trilhões em 2021.

A rede intuitiva, de acordo com Marcos Sena, diretor de Redes Corporativas da Cisco Latam, se baseia em três pilares: 1) análise de contexto, permitindo isolar o tráfego por aplicativo ou por device; 2) traduz a intenção de negócio em política de rede, ao definir quem pode acessar que trecho da rede; 3) assegura o desempenho preditivo por meio do aprendizado contínuo por meio do uso de machine learning.

Desempenho

Apesar do cenário econômico, o presidente da Cisco disse que a empresa no Brasil não vem sendo afetada. “Continuamos crescendo na casa de dois dígitos”, disse ele. A empresa não divulga dados por país; só resultados globais. Ele explica esse desempenho pela necessidade imperiosa que as companhias têm de se digitalizar para aumentar a produtividade e até reduzir custos. “Elas cortam em outras áreas, mas não nos investimentos em tecnologia”, avalia.

Por isso, espera que o último trimestre deste ano também seja positivo para a Cisco. De acordo com ele, nem mesmo na área pública há grande retração. “Tem projetos adiados, mas tem muitas RFPs. Não se pode dizer que houve uma paralisia total.”

Avatar photo

Lia Ribeiro Dias

Seu nome, trabalho e opiniões são referências no mercado editorial especializado e, principalmente, nos segmentos de informática e telecomunicações, nos quais desenvolve, há 28 anos, a sua atuação como jornalista.

Artigos: 416