Operadoras devem adotar estratégias “zero touch”, diz relatório do MIT

Operadoras no futuro terão modelo similar ao de loja de aplicativos, em que clientes e parceiros poderão contratar e implantar serviços de forma automatizada.

As operadoras de telecomunicações terão que mudar seus Sistemas de Suporte a Negócios (BSS) e desenvolver roteiros claros para a chegada da 5G. Relatório produzido pelo MIT Technology Review Insights e patrocinado pela Ericsson, baseado em entrevistas com executivos C-level de todo o mundo, aponta que os processos internos das teles são hoje mais alinhados para atendimento ao consumidor do que para segmentos corporativos.

Esse cenário, no entanto, terá que mudar, uma vez que os dispositivos conectados à internet logo irão ultrapassar os usuários humanos em grande número. Será necessário então criar novos processos que permitam o lançamento e operação de serviços de maneira rápida e efetiva para esses dispositivos.

Para que isso seja possível, o relatório sugere que as operadoras terão que dispor de um ecossistema de parceiros, formado por empresas de segmentos variados, incluindo hardware, software e players do ramo de inovação. Assim as operadoras poderão se beneficiar do conhecimento e experiência desses parceiros para desenvolver e explorar as infinitas oportunidades que serão criadas pelo 5G.

O relacionamento entre as operadoras e parceiros deverá ser ágil, para que seja possível definir, implantar e adaptar novas oportunidades de negócios com a eficiência exigida pelo mercado de 5G. Para que essa agilidade seja possível, as redes deverão ser automatizadas por estratégias “zero touch”, que permitem que todos os componentes de uma rede sejam configurados automaticamente e ao mesmo tempo.

O relatório aponta que,  para possibilitar essa automação “zero touch”, as operadoras deverão oferecer a seus parceiros um marketplace com serviços do tipo “plug and play”, como os existentes atualmente para donos de smartphones em “app stores”.

O relatório reforça também que a migração das redes para nuvem é outro passo essencial, pois facilita o uso de machine learning e de inteligência artificial, o que ajudará a prever os picos de utilização e a otimização em tempo real dos recursos da rede.

“Será muito mais simples ajustar os parâmetros de capacidade da rede para prever quando o congestionamento ocorrerá ou eliminar buracos na cobertura. As operadoras terão que desenvolver BSSs responsivos ao mercado, para que possam oferecer agilmente essas tecnologias a seus parceiros”, afirma Paulo Bernardocki, diretor de Soluções e Tecnologia de Redes da Ericsson.

Por fim, o relatório relata que o “network slicing” será um importante monetizador das redes 5G, uma vez que facilitará aos provedores de serviços a customização de ofertas, sob demandas flexíveis.

” 5G oferece muito mais ferramentas para ajustar a rede às demandas do usuário, e uma ampla gama de oportunidades de personalização. Os clientes corporativos irão gerenciar automaticamente a alocação e os recursos da rede, enquanto a operadora gerenciará a experiência geral na rede”, conclui Bernardocki. (Com assessoria de imprensa)

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Da Redação

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