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Encontro TeleSíntese

Operadoras defendem novo modelo de qualidade, com ranking de desempenho

Querem menos indicadores, indicadores inteligíveis para o consumidor, critérios regionais de aferição, ranking dos resultados e atitude responsiva por parte do regulador

Foto: Gabriel JaburNão é comum as operadoras de telecomunicações se colocarem em acordo. Mas no painel sobre as regras atuais da qualidade dos serviços de telecom e as ponderações sobre as novas metas no Encontro Tele.Síntese, realizado hoje, 19, em Brasília, Claro Brasil, Telefônica, Oi e TIM defenderam posições semelhantes. Defenderam que o novo regulamento de gestão de qualidade, que está em debate na Anatel, se apoie em m conjunto mais restrito de indicadores, que esses indicadores, ao contrário do que ocorre hoje, leve em conta não só critérios técnicos mas também critérios aderentes à percepção do usuário, que esses critérios sejam inteligíveis ao consumidor, que o sistema de coleta seja racional e simples, que a aferição seja regional tendo em vista as características do país, e que os resultados sejam traduzidos pelo regulador em um ranking que possa orientar o usuário na escolha do seu provedor de serviços.

Em resumo, essas foram as principais posições defendidas pelos representantes das operadoras, que se mostram otimistas em relação ao encaminhamento dado ao debate do novo modelo de gestão da qualidade, que está em fase de elaboração de proposta pelo conselheiro Igor de Freitas que, depois de debatida pelo conselho diretor, irá a consulta pública. “A lógica indicador mais multa não deu certo. Tirou recursos do setor e inibiu investimentos”, disse Airton Capella, diretor de Assuntos Regulatórios da Claro Brasil, lembrando que a lógica do regulamento de qualidade do STFC acabou se estendendo para os demais serviços. Mas observou que a aplicação indiscriminada de punição vigorou até 2012, quando cada superintendente de serviço aplicava uma metodologia. “Depois, as coisas começaram a mudar.”

Convergência

Além da redução do número de indicadores, as operadoras, como destacou José Gonçalves Neto, diretor de Relacionamento Regulatório da Telefônica Brasil, também querem um regulamento unificado já que a oferta de serviços é cada vez mais convergente. Ele lembrou que, em cinco anos, o principal serviço será o streaming de vídeo e que é preciso pensar o modelo de gestão de qualidade levando em conta o futuro. Carlos Vasconcelos Galvão, gerente de Universalização e Qualidade Regulatória da Oi, destacou que o ambiente tem que ser sustentável, que o modelo deve ser ex post, que é preciso estimular o caráter educativo das sanções. Em sua avaliação, os novos modelos de aferição dos indicadores devem evar em cont as características regionais, de logística, de topologia de rede e de modelo de competição.

Para Carlos Eduardo de Faria Franco, diretor de Relações Regulatórias da TIM Brasil, o novo regulamento de qualidade caminha na direção correta na medida em que se dá em torno do eixo da convergência. Além de bater na mesma tecla dos demais representantes de operadoras — racionalização do número de indicadores, indicadores compreensíveis, granularidade adequada de medição —, ele pediu que o prazo de implantação da nova metodologia seja viável e adequado.

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