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Brasil forma um terço dos profissionais necessários à expansão das TICs

Estudo da Brasscom aponta que cursos de engenharia e matemática preparam melhor o profissional para trabalhar em TICs do que cursos dedicados a atender a demanda do setor, e propõe revisão da grade curricular no ensino superior em tecnologia e técnico, com adição de disciplinas eletivas.
Estudo TIC Educação 2020 abordou dificuldades em escolas municipais, estaduais e particulares do país

O Brasil tem uma capacidade de formação de profissionais especializados em tecnologias da informação e comunicação muito aquém da sua real necessidade. Cálculos apresentados nesta quarta, 1, pela Brasscom, entidade setorial representativa do setor de tecnologia, mostram que o país vai formar 53 mil trabalhadores por ano, nos próximos anos – embora o mercado demande 159 mil trabalhadores ao ano, até 2025.

Os números da necessidade por mão de obra deve ser ainda maior, admite a Brasscom, uma vez que o levantamento foi realizado antes do leilão 5G. A partir de agora, as empresas vão intensificar investimentos nas novas redes móveis, o que vai exigir mais técnicos em fibra óptica e rádios celulares.

“A necessidade de técnicos de campo para o 5G ainda não foi mapeada, isso vamos incluir em novo estudo a ser feito este ano”, afirmou Paulo Sérgio Gallindo, presidente executivo da Brasscom, durante coletiva de imprensa sobre os resultados do estudo.

Diante da necessidade, a Brasscom vai propor ao governo, ao longo de 2022, a incorporação às grades curriculares das universidades de cadeiras dedicadas a inteligência artificial, protocolo IP, radiofrequência, fibra óptica, nuvem e segurança da informação.

A estratégia de convencimento político para implantação das disciplinas eletivas no ensino está sendo chamada pela Brasscom de estratégia Sigma TCEM (ΣTCEM), de Ciências, Engenharia e Matemática. A entidade fez um estudo, comandado pela economista Helena Loiola, para avaliar a afinidade das grades de faculdades com o ensino tecnológico. E descobriu que há um longo caminho para tornar os cursos mais aptos a atender as necessidades do mercado.

O estudo aponta, por exemplo, que cursos voltados especificamente às TICs, como Engenharia da Computação, Informática e Telecomunicações têm menos afinidade com as demandas dos setores do que cursos de Engenharia Aeroespacial e Aeronáutica, Engenharia de Produção ou Engenharia Eletro Eletrônica.

As formações em Matemática Aplicada e Computacional e Física Comptacional têm mais afinidade com as necessidades do mercado de TICs do que formações superiores em Redes e Internet, Ciência e Tecnologia da Informação e Segurança da Informação, aponta a entidade. Isso precisa ser corrigido para que a formação atual de 53 mil profissionais qualificados chegue a 239 mil, superando a demanda, observa a entidade.

“Os dados mostram que há muito emprego no setor, mas também que as grades do ensino superior precisam estar mais bem alinhadas ao que o mercado de trabalho precisa”, acrescenta Loiola.

O estudo pode ser visto aqui.

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