ONU: pagamentos pela rede social atingem quase US$ 3 trilhões na China

Documento aponta que a oportunidade de usar redes sociais e plataformas de e-commerce para impulsionar os pagamentos digitais e a inclusão financeira é especialmente forte em países onde há alta adoção de smartphones e colaboração entre os setores público e privado

400px-MaxiCode.svgUm novo documento da ONU revela que a Alipay e a WeChat Pay habilitaram US$ 2,9 trilhões de pagamentos digitais na China em 2016, representando um aumento de vinte vezes nos últimos quatro anos. Os dados mostram que pagamentos digitais, usando as plataformas e redes existentes, fornecem acesso a um leque mais amplo de serviços financeiros digitais, expandindo a inclusão financeira e a oportunidade econômica em toda a China e países vizinhos.

O novo relatório da Better Than Cash Alliance (Aliança Melhor que Dinheiro) [http://www.betterthancash.org/] baseada na ONU, Redes Sociais, Plataformas de E-Commerce e o Crescimento dos Ecossistemas de Pagamento Digital na China – O que Isso Significa para Outros Países, contém lições essenciais, que podem ajudar a incluir mais pessoas na economia, ao fazer a transição de dinheiro para pagamentos digitais. Essa mudança pode aumentar o PIB em economias em desenvolvimento em 6% até 2025, adicionando US$ 3,7 trilhões e 95 milhões de empregos, de acordo com um relatório do Instituto Global McKinsey. [http://www.mckinsey.com/global-themes/employment-and-growth/how-digital-finance-could-boost-growth-in-emerging-economies]

“As redes sociais e as plataformas de e-commerce estão crescendo em todas as economias, sejam grandes ou pequenas”, diz a diretora de Administração da Better Than Cash Alliance, Ruth Goodwin-Groen. “Na China, os pagamentos digitais estão prosperando nesses canais, incluindo milhões de pessoas na economia. Isso é importante porque sabemos que quando as pessoas — especialmente mulheres — ganham acesso a serviços financeiros, elas podem economizar, construir patrimônios, resistir a choques financeiros e ter mais chance de melhorar suas vidas”.

Descobertas fundamentais do relatório:

. Mais pessoas têm oportunidades de economizar e investir. Plataformas como a Yu’e bao da Alibaba tornam o dinheiro de investimento em diversos conjuntos de produtos financeiros mais acessíveis às populações de baixa renda. Esse produto permite a elas investir o dinheiro deixado em contas digitais, que resultam gradualmente em poupanças de longo prazo. De 2013 a 2016, a Yu’e bao cresceu a ponto de gerir US$ 117 bilhões e serve, agora, mais de 152 milhões de clientes.
. As finanças digitais ajudam pequenas empresas a aumentar substancialmente seu acesso a capital. Até setembro de 2016, uma provedora, a Ant Financial da Alibaba (que opera a Alipay), havia emprestado um total de RMB 740 bilhões (US$ 107,3 bilhões) a mais de 4,11 milhões de pequenas e micro empresas e empreendedores.
. Big data gerada por meio dessas plataformas ajuda a construir um histórico de pontuação de crédito e impulsiona o acesso ao crédito, particularmente para as populações de renda baixa, financeiramente excluídas. Por exemplo, a Sesame Credit oferece uma avaliação alternativa de capacidade creditícia, examinando o histórico de crédito, comportamento financeiro, capacidade contratual, identidade e redes sociais dos usuários.

O documento também revela que a Alipay e a WeChat estão se expandindo para além da China e investindo em grandes negócios de fintech (finanças e tecnologia) e provedoras de pagamentos. A elas se juntam outras grandes plataformas de comunicação, porque a oportunidade de usar as redes sociais e plataformas de e-commerce existentes para impulsionar os pagamentos digitais e a inclusão financeira é especialmente forte em países onde há uma alta adoção de smartphones e colaboração entre os setores público e privado:

. Na África do Sul, 78% de todo o tráfego da internet se dá por canais móveis — uma das taxas mais altas do mundo. Entretanto, apesar do contínuo crescimento das taxas de adoção, apenas 15% dos sul-africanos declararam que fizeram uma compra por um telefone móvel, no mês que antecedeu a pesquisa de 2016.
. Na Índia, a Ant Financial e a Tencent entraram no mercado indiano de pagamentos móveis, que está passando por um rápido crescimento, sob novas regulamentações. A Ant Financial, em particular, investiu até $ 900 milhões na PayTM, com a qual compartilhou pessoal e expertise técnica. Resultado: a PayTM cresceu de 5 milhões para 200 milhões de usuários em poucos anos.

. A Indonésia foi o mercado de m-commerce de crescimento mais rápido no mundo em 2016, expandindo 155% de janeiro de 2016 a janeiro de 2017. Parte desse crescimento se deve ao lançamento, em 2015, do Instant Mobile Payments (Pagamentos Móveis Instantâneos) da BBM Pay. O popular aplicativo de bate-papo da BBM tem mais de 55 milhões de usuários na Indonésia e continua a se desenvolver.
. Na América do Sul, os mercados têm a infraestrutura necessária para desenvolver ecossistemas de pagamento similares aos da China: 59% da população sul-americana usa a mídia social e 52% se conectam à mídia social através de seus telefones móveis. Entretanto, o espaço para pagamentos digitais continua mal utilizado e nenhuma provedora de pagamentos ligou seu serviço a essas plataformas de uma maneira significativa ou vice-versa. (Assessoria de imprensa)

Avatar photo

Da Redação

A Momento Editorial nasceu em 2005. É fruto de mais de 20 anos de experiência jornalística nas áreas de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e telecomunicações. Foi criada com a missão de produzir e disseminar informação sobre o papel das TICs na sociedade.

Artigos: 10344