Prejuízo líquido da Oi cresce 27,8% em 2016 e passa dos R$ 7 bilhões

A operadora diz que o resultado foi impactado por uma baixa contábil de créditos tributários da ordem de R$ 2,8 bilhões. No ano, a empresa gerou caixa, e terminou dezembro com R$ 7,8 bilhões em reservas.

shutterstock_economia_lucro_resultado_bolsaA Oi divulgou nesta noite, 22, que terminou 2016 com um prejuízo líquido de R$ 7,1 bilhões. O número é 27,8% que o registrado em 2015. A operadora diz que o resultado foi impactado por uma baixa contábil de créditos tributários da ordem de R$ 2,8 bilhões.

No ano, a empresa gerou caixa, e terminou dezembro com R$ 7,8 bilhões em reservas, 53,3% menos que ao fim de 2015. A receita líquida ficou em R$ 25,9 bilhões, 5% menor que a obtida em 2015. Reforçando argumentos que apresentou ontem em resposta a credores, a operadora destacou aumento do Capex (investimentos) em 17,6% no ano, comparado a 2015, e em 26,6% no quarto trimestre, comparado ao mesmo período de 2015. Assim, a empresa investiu R$ 4,76 bilhões em 2016, e R$ 1,35 bilhões no último trimestre.

Esse dinheiro foi aplicado em renovação do atendimento ao cliente e nas operações de campo. Segundo a Oi, geraram eficiência a ajudaram a reduzir os custos da operação (Opex). Esta rubrica terminou o ano em queda de 2%, somando R$ 18,8 bilhões. Isso não foi suficiente, no entanto, para garantir melhoria do EBITDA (lucro antes de impostos e amortizações) de rotina. O dado apresentou queda de 12,3% em 2016, passando a R$ 6,34 bilhões. No quarto trimestre, o EBITDA de rotina foi de R$ 1,67 bilhão, 4% menos que no mesmo trimestre de 2015.

A dívida líquida da companhia cresceu 5,7% no ano, atingindo R$ 40 bilhões. O endividamento bruto foi de R$ 48,2 bilhões, ante R$ 54,9 bilhões em 2015. Na recuperação judicial pela qual atravessa, a empresa estima ainda passivos com multas da Anatel, trabalhistas e jurídicos que elevam o valor do endividamento acima dos R$ 65,4 bilhões.

Clientes
A base total de clientes da empresa encolheu 9,3% em um ano. A maior perda porcentual de assinantes aconteceu na telefonia móvel, que encolheu 13,1%, passando de 45,8 milhões de acessos ao final de 2015 para 39,8 milhões ao término de 2016.

Na telefonia fixa, a concessionária desligou 5,4% das linhas, passando a ter 9,94 milhões de clientes. Mas conseguiu ganhar assinantes na banda larga (+1,5), segmento que fechou com 5,18 milhões de conexões, e na TV Paga, área em que ficou com 1,29 milhão de assinantes (+11,6%). Mesmo com os desligamentos, o a receita média por usuário residencial cresceu 5%, atingindo R$ 77,2. No móvel, o ARPU passou de R$ 15 para R$ 15,5 em um ano.

No trimestre, a cobertura 2G abrangia 3.404 municípios (93% da população urbana do país) e a cobertura 3G, 1.483 munícipios (+15,9% comparado ao quarto trimestre de 2015) ou 80% da população urbana brasileira. O acesso 4G LTE passou a cobrir 284 municípios, que representam 62,5% da população urbana brasileira, um aumento de 11 p.p.

Juntamente com o balanço, a Oi comunicou ao mercado que reformulou pontos do plano de recuperação proposto por seu conselho de administração.

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Rafael Bucco

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