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Desempenho

Oi inclui franquias em estratégia e estuda valor da unidade móvel em uma consolidação

Depois de prejuízo de R$ 5,7 bilhões, operadora garante que ações estratégicas implantadas começarão a dar resultados rapidamente

Depois de registrar um prejuízo de R$ 5,7 bilhões no terceiro trimestre, um crescimento de 330% na comparação anual, a direção da Oi procurou acalmar analistas de investimentos ao dizer que as ações estratégicas anunciadas este ano serão mantidas e já mostram resultados positivos em várias áreas.

No pilar dessa estratégia, a fibra óptica, continua a receber investimentos para expansão, estabelecimentos de parcerias e se prepara para deslanchar o programa de franquias. Já em relação à área móvel, que cresceu no pós pago, há ainda em andamento uma avaliação por parte da operadora, junto a consultorias financeiras, sobre o “real valor” dessa unidade em um possível processo de consolidação.

Rodrigo Abreu, diretor de Operações e Negócios, confirmou os estudos que podem resultar em uma venda da unidade móvel. “Queremos entender a natureza do valor real do negócio mobilidade, um valor que já é reconhecido pelo mercado e sabermos como isso poderá gerar valor para o acionista no futuro”, disse. No entanto, o executivo ressaltou que não há qualquer negociação nesse sentido em andamento por enquanto.

A importância da fibra via FTTH (Fiber to the Home) no futuro da Oi foi mais uma vez ressaltada em conferência de resultados para analistas de investimento. Até o final de setembro, a empresa registrou 3,6 milhões de domicílios cobertos com a plataforma e mantém a perspectiva de alcançar 4,6 milhões de casas com acesso este ano e 16 milhões em 2021.

No trimestre, 408 mil desses domicílios foram ativados. Abreu chama a atenção para o desempenho da fibra na receita residencial em comparação às demais ofertas. No mesmo período do ano passado, voz sobre cobre faturou R$ 1 bilhão enquanto no terceiro trimestre deste ano caiu para R$ 786 milhões; a banda larga em cobre teve pequena redução, de R$ 596 milhões para R$ 500 milhões e DTH manteve certa estabilidade , com R$ 435 milhões para R$ 438 milhões. Já a fibra, passou de R$ 11 milhões para R$ 78 milhões.

Franquias

A exemplo de outras operadoras, como Vivo e Algar, que têm um plano de expansão da banda larga via fibra por meio de franquias, a Oi também tem seu projeto. Ele consta, inclusive, como parte da ação estratégica para garantir crescimento na área de mercado não regulado de fibra. Nesse quesito, ela trata de oferta de conexões IP para operadoras, dar suporte à expansão do tráfego móvel no 4,5G e 5G, e oferta de uma rede única de transporte.

A empresa tem um piloto de franquia em andamento e finaliza o modelo de negócios que oferecerá para parceiros. “Como parte das parcerias de fibra estamos começando operações para que possamos ter franquia para chegar direto ao consumidor. Teremos um modelo de operações de franquia onde vamos utilizar nossa vantagem de fibra para otimizar essa receita com franqueados e garantirmos redução de custos na expansão da infraestrutura e o time to market”, disse Abreu. No entanto, não adiantou as datas para a chegada desse modelo ao mercado.

Dos 8 mil ativos que a empresa catalogou como disponível para venda, a empresa espera dar início às negociações de uma parte deles rapidamente. A empresa vai focar na venda de 5 imóveis, entre os quais o prédio em Botafogo avaliado em R$ 120 milhões, e espera conseguir em seis meses até R$ 300 milhões nesse processo.

Em relação à venda de torres, Abreu afirmou que está sendo finalizada a due dilligence do portfolio mas ele não está certo quando a oferta estará disponível no mercado, a empresa analisa o desempenho dessa área para capturar o valor mais alto. Ele acredita que possivelmente esse tipo de transação deslanche após fevereiro.

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