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Oi anuncia acordo com parte dos credores para reestruturação de dívida

Trato, informado um dia depois de a operadora ingressar com pedido por nova recuperação judicial, envolve credores de títulos com vencimento em 2025 e agências de crédito à exportação; tele também adquiriu empréstimo de US$ 275 milhões para cobrir obrigações de curto prazo
Oi anuncia acordo com parte dos credores para reestruturação de dívidas
Ao mercado, Oi informou que firmou acordo com parte dos credores (crédito: Reprodução)

A Oi informou, nesta sexta-feira, 3, por meio de fato relevante, que chegou a um acordo com um grupo de credores para reestruturação de sua dívida. A negociação foi informada aos acionistas e ao mercado um dia depois de a operadora entrar como pedido de nova recuperação judicial na Justiça do Rio de Janeiro.

Segundo a tele, o acordo foi fechado com a maioria dos detentores de títulos 10%/12% Senior PIK Toggle, com vencimento em 2025, emitidos pela Oi em julho de 2018. Além disso, a operadora negociou com titulares de crédito originários de contratos celebrados com agências de crédito à exportação – as chamadas Export Credit Agencies, ou ECAs. A proposta envolve um financiamento de longo prazo com o objetivo de apoiar as operações em andamento.

“A Companhia acredita que a Proposta de Reestruturação irá melhorar de forma abrangente o seu balanço patrimonial e proporcionar valor a longo prazo a todos os seus stakeholders”, afirma a Oi, em trecho do fato relevante.

A Oi também informou que a proposta contempla um potencial financiamento extraconcursal na modalidade “debtor-in-possession” (DIP) no valor de US$ 275 milhões (aproximadamente R$ 1,43 bilhão). Segundo a operadora, o financiamento deve ser concedido por dois credores financeiros para atender às necessidades de curto prazo da companhia, antes que o financiamento de longo prazo posso ser acessada pela empresa de telecomunicações.

Além do mais, a Oi sinalizou que, para facilitar a implementação da proposta de recuperação judicial, pretende firmar um acordo de apoio à reestruturação e de lockup com a maioria dos credores financeiros. Nesse sentido, os credores, se mostrando propensos a aceitar a proposta, devem votar em favor do plano de recuperação judicial pré-acordado.

“Dado o nível de apoio à Proposta de Reestruturação recebido até o momento, a Companhia está bastante confiante que apresentará um Plano de Recuperação Judicial viável para implementar a Proposta de Reestruturação de maneira satisfatória a todos os stakeholders no curto prazo”, enfatiza a Oi.

No mesmo fato relevante, a Oi disse que recebeu da V.tal, na quinta-feira, 2, uma proposta de apoio ao plano. A empresa de rede neutra se mostrou disposta a conceder um desconto de 50% em todas as obrigações futuras de 2025 a 2028.

Opções de acordo

A Oi apresentou duas opções de proposta aos credores, sendo a principal diferença a disponibilização ou não de dinheiro novo. Vale destacar que a lista de credores inclui, no contexto financeiro, bancos locais, bondholders (detentores de títulos) e ECAs e, entre os não financeiros, provedores, entre os quais contratos de torres, cabos submarinos e satélites.

A primeira proposta, com dinheiro novo, pressupõe a assinatura de um Acordo de Suporte a Reestruturação (RSA, na sigla em inglês) e a celebração do financiamento de US$ 275 milhões. O financiamento será reembolsado com recursos do dinheiro novo, em dinheiro ou rollover sem saída de caixa. O valor de face da dívida será convertido parcialmente até R$ 10,75 bilhões de dívida garantida roll-up. Já os créditos remanescentes serão convertidos por 80% do novo capital da Oi.

A segunda opção, por sua vez, a qual não prevê a entrada de dinheiro novo, indica que 30% do valor de face da dívida será convertida em instrumento de dívida garantida “A&E Reinstated”. Além disso, semelhante à primeira opção, os créditos remanescentes também serão convertidos por 80% do novo capital da Oi.

Independentemente das opções, os atuais acionistas receberão 20% do novo capital da operadora.

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