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Pagamento a pequenos credores terá impacto nos resultados do 4º tri da Oi

Operadora vai distribuir ao menos R$ 196 milhões a 27 mil credores. Em conferência com analistas, diretor presidente da companhia, Marco Schroeder, volta a descartar possibilidade de intervenção da Anatel nas operações e diz que adiamento da AGC dá fôlego para a busca de consenso em torno de plano de recuperação para a tele.

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A Oi calcula que o pagamento de até R$ 50 mil a 27 mil pequenos credores da companhia terá impacto sobre o resultado do próximo trimestre, o que poderá reduzir o lucro esperado pela empresa. A operadora negociou o adiantamento de R$ 196 milhões a esse grupo, a fim de reduzir sua grande lista de credores, que passavam de 53 mil.

Segundo o CFO da companhia, Carlos Brandão, os resultados do terceiro trimestre já eram esperados. A Oi retomou o lucro (R$ 218 milhões) após dois anos de prejuízos trimestrais recorrentes. “No primeiro semestre tradicionalmente há incidência de tributos e taxas reguladas. O segundo semestre é tipicamente melhor, embora no quarto trimestre deva ter impacto do acordo com os pequenos credores”, afirmou o executivo, durante a conferência de resultados com analistas do mercado financeiro, realizada nesta terça-feira, 14, pela manhã.

Recuperação judicial

Durante a conferência, também se falou da nova data da assembleia geral de credores, adiada pela terceira vez, agora para 7 de dezembro em primeira convocações, e para fevereiro de 2018, na segunda. O CEO da Oi, Marco Schroeder, afirmou que o novo adiamento deve contribuir para que operadora, acionistas e detentores da dívida selem um acordo. Segundo ele, busca-se um consenso em torno do plano de recuperação judicial.

“Teremos tempo até dia 7 de dezembro, para conseguir o que certamente será um plano mais equilibrado, do qual a Oi saia com balanço equilibrado, com capacidade financeira e de crescer. Plano é realizar a assembleia de credores nessa data para virar a página o quanto antes”, disse.

Ele reiterou o que tem repetido há mais de um ano: que a Oi não deve sofre intervenção da Agência Nacional de Telecomunicações. Schroeder reafirma que a tele tem apresentado bons resultados operacionais e melhora em índices de qualidade de atendimento, métrica importante para que a autarquia decida interceder na gestão.

“O regulador tem deixado claro que a preferência é por uma solução de mercado, e que cenário de intervenção é extremado, se não chegar a acordo. Mas é um cenário que não dá para vislumbrar nesse momento, é um cenário inexistente”, completou.

Schroeder também afirma que a Oi não recebeu nenhuma proposta formal de aquisição da China Telecom e do grupo TPG, potenciais investidores na companhia. De acordo com o executivo, qualquer projeto de venda da operadora a investidores estrangeiros só deve ganhar fôlego após a aprovação da recuperação judicial.

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